segunda-feira, 7 de junho de 2010

A vida é injusta para quem ama.


E sim, sobrevivo. Sobrevivo à morte. Continuo a fazer frente àquilo que me quer levar de vez. Sei o porquê de não me deixar ir. Não sei se durará muito tempo, mas continuo a lutar.
Sinto o corpo gelar cada vez que o meu coração acelera e cada vez que alguém, que não seja ele, chega perto de mim o meu olhar teima em fechar. Começo a ter medo do outro lado. Começo a pensar demais no que vou encontrar pelo caminho até ao dito paraíso. Não sei se existe, mas eu acredito nele. Acredito nele desde a primeira vez que os meus olhos tocaram os dele.

- Mas tu vais olhar para mim, Tom? – era Bill que estava totalmente passado com o irmão.
- Desculpa puto, mas agora não! – Tom tinha o olhar cravado numa rapariga que entrava agora na sala do restaurante em que eles jantavam. Trazia um simples vestido branco, acima dos joelhos. Tinha o cabelo loiro preso no cimo da cabeça e na cara um leve sorriso estava escondido por trás dos olhos avelã.
Ela reparara que alguém a observava e sim, cravou o seu olhar no dele sentindo o corpo tremer e as mãos suar. Não podia crer que estava na presença da alma gémea.


Eu sempre acreditara que estava destinada a alguém. Que o meu amor pertencia apenas a uma pessoa. E sabia do fundo do coração que quando o visse iria descobrir imediatamente quem ele era. E não me enganei. Ele é a minha alma gémea. Eu posso senti-lo por todo o meu corpo e todos os cantos do meu coração. Está comigo em todo o lado, e é por ele que sobrevivo, que ainda arranjo forças para lutar.
Não sei quanto tempo duro mais, afinal a doença está demasiado espalhada por mim, todo o meu corpo está afectado por essa doença, que no meu ver é um obstáculo à ciência.
Tom não quer acreditar que um dia me vai perder fisicamente e passa a vida a dizê-lo. A mim custa-me demasiado vê-lo assim, parte-me o coração saber que um dia, sem eu querer, irei partir o dele, mas a vida é assim: injusta para quem ama.
Sou capaz de arranjar milhares de razões para o amar, mas infelizmente sou capaz de arranjar uma única razão para o deixar, razão essa mais forte, mas a doença, essa coisa a que deram o nome de cancro, no meu caso, não me vai impedir se ser feliz enquanto eu durar e enquanto eu for mais forte. Não sei é por quanto tempo.
- Mia… - ele chama-me entrando no quarto que ainda partilhamos, olhando o meu corpo de alto a baixo enquanto visto uns calções e uma camisa em frente ao espelho.
- Sim… – sorrio-lhe, apesar de tudo não me deixo afectar pela doença que me come aos poucos, e faço de tudo para que ele não me veja nos momentos em que me venho abaixo. - … vais querer alguma coisa do meu peito Tom? – gozo com um sorriso apertando o primeiro botão da dita camisa ao vê-lo babado a olhar.
- Sim e não! – ri-se aproximando-se de mim segurando-me pela cintura e impedindo-me de me continuar a vestir.
- Isso é alguma resposta decente? – pergunto rodeando o seu rabo com as mãos e puxando-o mais para mim beijei-o.
- É. – respondeu encolhendo os ombros – Para mim é… - arrastou os lábios ao longo de meu pescoço e mais tarde beijou os meus lábios daquela maneira que só ele sabe.
- Duvido. Que me querias mesmo? – perguntei ao quebrar o beijo e o afastar um pouco do meu corpo tentando voltar a apertar os botões da camisa.
- Sei lá! – riu-se – Tu anestesias o meu pensamento!
- Que profundo, Tom!
– ri-me com vontade, só ele para uma dessas.
- Tu deixas-me assim… – murmura contra o meu ouvido fazendo todo o meu corpo estremecer com o arrepio. Tom olha-me nos olhos e leva ambas as mãos aos botões da minha camisa desapertando-os um a um, nunca quebrando o contacto visual entre nós. Desliza a camisa pelos meus ombros e espera até ouvir o seu som abafado cair no chão. Sorri. Sei o que quer, sei-o desde o primeiro momento que me viu quando entrou no quarto. Não nego que o meu corpo é desejado por muitos, não tenho capacidade para o fazer, mas este corpo apenas pertence a ele. É o único autorizado a navegar nele quando quer, o único que o pode beijar, o único que sabe elevar o meu corpo ao êxtase em apenas um toque. É a ele que eu quero que o meu corpo pertença e é a ele que eu me quero entregar sempre.
Rodeio a sua cintura com ambas as mãos e removo-lhe as largas t-shirts que usa. Não posso deixar de sorrir ao ver o seu tronco nu, Tom tem um corpo de sonho. Massajo os seus ombros e devagar empurro-o até o fazer embater na cama sentando-me sobre a sua cintura. Sinto as suas mãos percorrer as minhas costas enquanto os meus lábios exploram os seus abdominais. Volto a subir até à sua boca e mordo o piercing que tanto me diz, Tom solta uma interjeição de dor, mas quê!, eu sei que ele gosta.
Virou-me na cama e é ele que se delicia sobre os meus seios agora despidos. Sempre fora louco por eles, não vejo o que têm de especial mas também nunca hei-de perceber a mentalidade de Tom. Sorrio com o pensamento, se o compreendesse não tinha a mesma graça tentar percebê-lo, explorá-lo, por isso prefiro manter o meu cérebro na ignorância... uma boa ignorância.
Removo as calças e os boxers dele e deixo que os meus calções e a minha tanga sejam perdidos no quarto.
Adoro este momento. Tom é extremamente meigo comigo, cada movimento é acompanhado de um beijo e cada olhar trás um novo sorriso. Adoro fazer amor com ele, afinal é nestas alturas que eu sei que o paraíso existe e que eu lhe consigo tocar.
Ofeguei sentindo Tom abrir as minhas pernas e colocar-se no meio delas e, assim, entrar em mim mais uma vez. Fechei os olhos e deixei de sentir tudo à minha volta, só Tom e os seus movimentos em mim conseguia sentir. Tinha atingido o pico da felicidade. Procurei os seus lábios com os meus e envolvi a sua língua com a minha. Encostei a minha testa à dele e sorri, tal como ele fizera.

- Tom… - sussurro pois a minha voz ofegante não dá para muito mais.
- Sim… - ele sussurra igual continuando os movimentos ondulatórios sobre o meu corpo que começa a dar de si. Prendo os meus olhos nos dele e sinto um arrepio gelado percorrer-me a espinha, estou a arrefecer demasiado depressa para um momento como este.
- Amo-te - arrasto a palavra ao sentir o êxtase de Tom libertar-se no meu interior. Ele sorri beijando a minha testa suada.
- Eu também te amo, Mia. – beija-me os lábios e rebola ofegante para o seu lado da cama. Pousei o queixo no seu peito e senti o seu braço quente e forte abraçar-me. – Estás gelada, miúda! – reparou. Sim, eu também já tinha reparado nisso. Estava a ficar fria e muito sinceramente temia o porquê.
- Sim. – procurei uma das suas t-shirts e vesti-a. Tom abraçou mais o meu corpo tentando a todo o custo aquecer-me. – Desculpa - murmurei ao pousar a cabeça sobre o seu peito. Não aguento mais.
- Mia… - Tom chamou sem resposta. – Mia! – abanou o corpo que agora inerte estava sobre si. – Não acredito. – uma lágrima rolou pelo seu rosto. – Agora é de vez. – suspirou abraçando o corpo gelado de Mia.

By: Carla, EOTH

1 comentário:

  1. Fogo! :3
    Mesmo perfeito ;$
    « Começo a pensar demais no que vou encontrar pelo caminho até ao dito paraíso. Não sei se existe, mas eu acredito nele. Acredito nele desde a primeira vez que os meus olhos tocaram os dele. » (L)

    Parabéns Carla

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