segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

[45] - Último

Ora e chegámos ao último, custou mas foi! Sinceramente espero não desiludir ninguém e espero que gostem. Acima de tudo tenho a agradecer-vos por me terem aturado e por continuarem a ler e comentar a história mesmo quando me dava a preguiça de cérebro e não conseguia escrever. Obrigada mesmo.
Outra coisa, todas pensavam que a Bea tinha morrido e sim era esse o meu principal suposto desde que comecei a escrever a história, o objectivo era a Bea morrer com um tiro do Charles, mas eu já estava tão dentro da história que não fui capaz, daí vos ter dito que tinha feito uma alteração de última hora.
Portanto, obrigada e se me der alguma ideia fantástica que dê para desenvolver como deve de ser eu volto.
Beijinho**


Tinha encontrado na guitarra uma forma de vincar a sua forma de ser da melhor maneira possível. Aprendera a tocá-la aos 4 anos, pelas mãos do seu pai, e aos 6 já sonhava em seguir os passos dele: ser guitarrista numa das bandas mais reconhecidas de sempre da história da música.
Hoje, com 17 anos de idade, Ryan concretizou o seu sonho. Até ali tocava com a sua banda em bares e pequenas salas pela Alemanha. Agora, com um contrato discográfico à sua medida, a coisa começou a aquecer e as mais consagradas salas europeias esperam-nos.

- Tens tudo? – Tom perguntou olhando o rapaz de olhos negros e agora cabelos vermelhos que media quase a sua altura.
- Sim, acho que sim. – sorriu pousando a sua mochila no chão da sala.
- Preparado? – não resistiu a rir ao ver a expressão de nervosismo que o seu minorca, agora gigante, tinha no rosto. Tinha sido giro vê-lo crescer, acompanhá-lo em todos os passos, rir e chorar com ele, tinha sido uma das experiências mais marcantes e quem sabe a melhor que alguma vez Tom tivera até ali.
- Sinceramente? – torceu o nariz – Não. – bufou. – Eu acho que vou morrer e ainda por cima a Silvie é uma complicada de primeira, chiça! – refilou.
- Mas canta bem senão não era a vocalista, por isso tens que te conformar e lidar com isso… - disse - … e além disso é super gira, - acotovelou o filho – se fosse a ti não refilava muito que assim ainda tinha o direito de dar umas voltinhas nela! – Ryan riu-se, algum dia teria conseguido crescer se Tom nunca tivesse aparecido na sua vida? Provavelmente sim, mas nunca da mesma maneira. Mesmo não sendo seu pai de sangue sempre tiveram partilhado o amor incondicional que existe entre pai e filho e, se calhar, até mais que isso.
- Já não tens a minha idade, não tens direito de dizer essas coisas! – voltou a rir, fazendo Tom rir consigo.
- Se tu soubesses para aquilo que eu tenho idade não dizias isso!
- Pai! – advertiu.
- Já não está cá quem falou. – riu-se novamente, e desta vez abraçou o rapaz. – Boa sorte, minorca. – sorriu.
- Obrigado, pai.


- Alguém me ajuda?! – Beatriz chegou ao hall de entrada com sacos de compras.
- Para quê? – Ryan e Tom perguntaram em uníssono aproximando-se da porta da sala.
- Com isto. – ela olhou-os e elevou meia dúzia de sacos nas mãos.
- Para quê tanta coisa, amor? – Tom perguntara, pegando nos sacos pousando-os na sala.
- Realmente óh mãe… - Ryan coscuvilhou imediatamente os sacos sendo atacado pela irmã. Stacey tinha 6 anos de idade e era o membro mais novo da família.
- Manooo! – berrou com um sorriso.
- Manaaaa! – ele brincou com ela rindo-se e despenteando-lhe o cabelo.
- Hey! – refilou.

Beatriz riu-se dos dois, amava aqueles dois pirralhos com todas as forças do seu ser. Tinha orgulho na maneira como eles cresceram e como se moldavam ao mundo de uma maneira fantástica. E o mais claro de tudo é que nunca podia descurar Tom da ajuda e do amor que dava aos filhos e a ela mesma. Era feliz e gritava-o aos sete ventos sem ter medo que alguém ouvisse. Não se importava com nada exterior a eles.

Ryan sentou-se no chão vasculhando os sacos.
- Eu nunca diria que tens 17 anos e que vais viajar com a tua banda pela Europa! – Beatriz gozou o filho ao vê-lo naquela figura.
- Ai que graça que ela tem! – respondeu. Tom riu-se deles. Aprendera tanto à medida que crescia com eles…
- Mas o que é que tens mesmo aí? – Tom perguntou, pegando em Stacey ao colo, visto ela ter pedido.
- Nada de interessante. – fora Ryan que vira o conteúdo dos sacos, não encontrando nada que lhe agradasse.
- Trouxe-te isto. – Beatriz estendeu ao filho mais velho duas caixas de preservativos.
- Pensei que isso não era para mim. – Ryan não sabia se havia de rir ou nem por isso.
- Fizeste bem em trazer-lhe isso, qualquer dia a Silvie decide-se! – Tom riu-se, beijando os lábios da namorada, pousando Stacey.
- Estou lixado. – Ryan levou uma mão à testa.
- E enquanto ela não se decide tu divertes-te com cuidado. – Ryan olhou-o. – Nunca ouviste dizer “enquanto não encontrares a certa diverte-te com as erradas?” – Ryan voltou a fazer-lhe um olhar do género “não gostei”.Ok, eu calo-me! – elevou as mãos no ar em defesa.
- O que é aquilo? – a pequena apontou as caixas e curiosa, como sempre, perguntou.
- Não é para a tua idade, miúda! – respondeu Ryan, arrumando as caixas na mochila. Talvez até dessem jeito.
- Ah, eu já sou crescida! – refilou.
- Salta uns aninhos na escola e depois a gente conversa, ok?
- Não fales assim com a tua irmã. – Tom disse-lhe. Ryan bufou.
Tal como Sofia houvera previsto Ryan mostrara-se sobredotado logo no 1º ano escolar, hoje com 17 anos já estava no segundo ano da faculdade em informática. No entanto, não era a sua área de maior interesse, e era por isso mesmo que ia em Tour com a banda. Ter crescido com Tom e toda a sua habilidade para a guitarra, para o espectáculo e para a música desenvolveu nele também esse bichinho. A faculdade o mais provável era nunca terminá-la.

A campainha tocou.
- Tiaaaaaa! – Stacey saltou para o colo de Sofia e seguidamente fez o mesmo a Bill, mas não sem antes cumprimentar o primo dois anos mais velho que ela.

- Ai Ryan anda cá! – Sofia abraçou-o pelo pescoço. – Ainda ontem andavas a correr pela casa com a minha maquilhagem nas mãos e hoje vais em viagem sozinho. – olhou-o. Sentia alguma nostalgia, claro que sim, era impossível não sentir afinal viu-o crescer e sempre o apoiou à medida que Beatriz e Tom lhe contavam todo o passado recôndito. Nunca pensara que ele reagisse tão bem aos factos reais de quem era o seu pai verdadeiro e o que ele fizera, mas a realidade é que, à parte de o ter querido matar, sempre aceitou a situação da melhor maneira possível.
Ryan riu-se.
- Essa da maquilhagem tem graça, sinceramente continuo sem perceber porque raio vocês – e apontou as mulheres daquela casa e Bill – se maquilham, mas ok. – sorriu. Sentiu a sua camisa ser puxada. – Peter. – sorriu ao primo. – Faz-me o favor de tomar conta desta gente toda enquanto eu não estiver, ok?
- Ok. – o pequeno de cabelos loiros e olhos verdes, iguais aos da mãe, riu-se e abraçou-o.

Ryan era literalmente o ponto-chave daquela família. Tinha sempre uma palavra amiga para todos e um sorriso resplandecente no rosto.
Ouviu-se uma buzina.
- É a minha deixa! – abraçou novamente cada elemento presente naquela sala, em especial a sua mãe, e dirigiu-se ao jardim onde, do outro lado do portão, uma carrinha o esperava juntamente com os outros membros da banda. Tom seguiu-o e fechou a porta atrás de si.
- Juízo, puto. – avisou uma última vez, pousando-lhe as mãos nos ombros.
- Pai, eu não sou nenhuma criança e além disso são só 2 meses, não pode acontecer nada de mais. – assegurou.
- Eu tenho essa vida, minorca, é escusado dizeres-me isso e tentares tapar-me os olhos porque não resulta. – falou sério. – Mas vá aproveita lá a miúda! – riu-se. Ryan revirou os olhos.
- A Silvie outra vez?
- Eu já te disse que isso vai dar molho! – insistiu.
- Já deu molho, mas não vai passar disso! – desbocou-se.
- Eu sabia! – Tom descascou-se a rir. Era notório o clima que existia entre aqueles dois. – Não percebo porque continuavas a negar. – Ryan levou as mãos à cabeça. – Gostas dela?
- Pai, por favor. – pediu, não era muito dado a falar dos seus sentimentos.
- Ok, ok. – riu-se novamente puxando o mais baixo para o seu abraço. – Liga quando chegares ao hotel senão a tua mãe dá em doida. – beijou-lhe suavemente a testa. – Boa sorte.
- Obrigado. – o sorriso sincero do costume que Tom sempre se habituara a ver ali estava, mais vivo que nunca. Ryan estava visivelmente feliz e Tom ficava feliz ao saber que ele tinha seguido as suas pisadas. Não sabia os porquês mas Ryan era para si uma das pessoas mais especiais de sempre.

- Aproveita a Si! – Tom berrou, gozando-o, ao vê-lo abrir o portão. Ryan olhou-o.
- Parvo. – murmurou com um sorriso, sabia muito bem o que Tom pensava. Fechou o portão e observou a carrinha vendo Silvie do lado de dentro. Sim, gostava dela mas e depois?

sábado, 18 de dezembro de 2010

[44]

Ora bem, terminei. A fic tem apenas mais dois capítulos, este e o 45. Hoje posto este, segunda-feira dou a fic por terminada com o último capítulo. Sinceramente espero não desiludir ninguém.
beijinho*


Encostou a testa ao chão e sentiu as mãos de Tom suportarem a sua cintura. Não tinha sido atingida mas tinha sentido o seu cabelo ser rasado pela bala, como tal também sabia que Tom se encontrava bem.
- É doido, não é? – aquela pergunta já tinha sido feita montanhas de vezes naquele espaço de tempo mas depois daquela tentativa estúpida de os atingir Beatriz confirmava mesmo que ele era do mais doido possível.

- Está tudo bem?! – um dos empregados do clube entrou de repente pelo compartimento dentro. Tinha ouvido um estrondo que se assemelhava a um tiro.
- Claro que está! – Charles ainda não estava bem dentro daquilo que acabara de fazer, mas se Tom não o tivesse provocado ele nunca teria disparado. Olhou seriamente o empregado e segundos depois desviou o olhar até à parede onde a bala estava incrustada. – Podes sair! – ordenou.
- Não! – Beatriz levantou-se bruscamente, obrigando Tom a largá-la, e dirigiu-se a Shannon, conhecia-o bem da sua vida antiga, puxando-o consigo para fora da sala.
- Onde é que vocês pensam que vão?! – Charles deu dois passos em frente mas quando era suposto passar por cima de Tom este agarrou-o pelas pernas e fê-lo deitar-se a todo o comprimento ao seu lado. Sentou-se sobre o seu corpo e atirando a arma para longe prendeu o pulsos dele contra a alcatifa negra do chão.
- Onde é que você pensa que vai? – Tom perguntou fazendo força nos braços. Ainda se conseguia sentir estremecer pelo susto. Não estava à espera que ele disparasse e muito menos estava à espera que Beatriz saltasse para a sua frente disposta a levar com a bala que estava destinada a si. Beatriz tinha-se disposto a salvá-lo. Isso fê-lo sorrir por instantes mas voltar rapidamente à situação em que estava. – Qual é que foi a sua ao contratar a Bea? – ele perguntou, queria saber porquês.
- Se namoras com ela certamente deves saber porquê… - o sorriso sujo e que enojava Tom mantinha-se firme. Espetou-lhe novamente um murro no nariz. – Cabrão! – Charles protestou tentando soltar-se mas o corpo de Tom era mais forte que o seu.
- Não vais a lado nenhum, já te disse! – continuou firme naquilo que tencionava fazer.
Sempre quisera esfolar aquele gajo por tudo o que fizera Beatriz passar, por isso agora, que tinha a oportunidade disso, não a iria deixar em branco. Charles tentara soltar-se novamente mas sem sucesso algum era impossível mexer-se fosse de que maneira fosse com Tom sobre si. O puto tinha mais força do que aquela que ele pensara.

- Já chamei a polícia! – Beatriz entrou de rompante pela sala e deparou-se com a situação.
- Se eles vierem rápido eu aguento. – respondeu-lhe.
Beatriz olhou a situação e sentiu-se culpada, se não fosse ela com aquela teimosia toda Tom nunca teria praticamente levado um tiro e não estaria agora em trabalho de força com Charles.
- Larga-o. – disse sentindo os olhos picar das lágrimas que queriam sair à força toda.
- Han? Largo nada, Bea! – Tom viu-a sentar-se no chão encostada à parede com lágrimas nos olhos.
- Esta situação deve ser resolvida por mim, Tom. Tu não tens nada a ver com isto, eu amo-te e agradeço-te tudo aquilo que já fizeste por mim e pelo Ryan, mas se é o meu destino morrer nas mãos dele é que isso que vai acontecer.
- Olha que ela tem razão… - Charles riu-se. Tom esmurrou-o novamente.
- CALA-TE! – gritou irado. – Bea nem penses, não te vou deixar aqui sozinha com ele, ele mata-te! – não percebia o porquê daquela situação. Por que raio é que ela queria desistir de tudo naquele momento? Estavam tão próximos de resolver tudo para sempre…
- Não Tom, ele mata-te a ti… - chorava agora compulsivamente e deixava o coração de Tom cada vez mais pequeno ao vê-la sofrer e não puder largar o outro que ainda se tentava livrar de si.
- Não chores… - pediu - … por favor. – estava demasiado ligado a ela e sensível àquela situação. Estava a começar a ceder à força de Charles e em pouco tempo estava tudo trocado novamente.
- Desculpa Tom. – levantou-se e puxou pelo corpo dele para que saísse de cima de Charles.
- Não! – ele berrou.
- Vá lá Tom! Por favor, estou-te a pedir! – tentava que a sua pouca força superasse a de Tom.
- E eu peço-te que deixes a polícia chegar! – olhou-a, aquele olhar suplicante que sabia que a conseguia convencer a fazer qualquer coisa. As lágrimas nos olhos de Tom também já se começavam a fazer sentir e a fraqueza dos seus braços notava-se cada vez que tentava dissuadi-la. – Por favor, Beatriz larga-me. – pediu num tom sério. Ela olhou-o. Estava realmente certo deixar a polícia resolver um caso seu? Se a polícia entrasse ali todo o clube sofreria consequências, afinal aquilo não era propriamente legal. Abanou a cabeça negativamente não acreditando em si mesma e ajoelhou-se ao lado de Tom chorando todas as lágrimas que ainda possuía.
Tom controlou as suas próprias lágrimas e acalmou-se o mínimo para voltar a esbofetear Charles.

- Oh voltas a bater-me? – riu-se – Estava aqui um momento tão bonito… - o nojo que ele metia tanto a Tom com a Beatriz era demasiado visível. A maneira suja como ele falava incomodava-os mas, naquele momento específico, qualquer coisa que ele fizesse não os faria desistir.
- Qual é o teu objectivo? – fora Beatriz a perguntar. Tom olhou-a.
- Já te disse que se eu não te tenho mais ninguém tem! – remordeu. – Ninguém! – fulminou Tom.
- Não leves isso tão a sério. – novo murro dado por Tom. – Mas tu queres morrer rodeado do teu próprio sangue? – perguntou vendo sangue no nariz, pescoço e já nas suas próprias mãos. – É que parece! – ironizou.
Beatriz suspirou. Não conseguia suportar nada daquilo. Levantou-se e no mesmo momento a porta é aberta.

- Ninguém se mexe! – cinco polícias armados entraram de arma em punho pelo escritório. Beatriz, com os nervos à flor da pele, abraçou-se a um deles, que como o seu trabalho manda, retribuiu o abraço e pediu-lhe que se encostasse à parede sem se mover.
Tom respirou calmamente e acenou aos restantes 4 polícias de que o criminoso estava deitado por baixo de si. Levantou-se e abraçou-se a Beatriz ouvindo o seu choro abafado no seu pescoço. Era inevitável também ele chorar. Abraçou-a mais e deixou que os nervos e a raiva o levassem a melhor.
- Já passou, amor. – sussurrou.
- Obrigada. – disse sinceramente abraçando mais o corpo de Tom e olhando-o nos olhos. – Amo-te. – um sorriso fraquíssimo apoderou-se dos seus lábios,
- Eu também te amo, pequenina. – abraçou-a novamente e pousou o queixo sobre os seus cabelos vermelhos à medida que os acariciava e ouvia os queixumes de Charles atrás de si.

(…)

- Não acredito. – Bill tinha os olhos esbugalhados e fixos no casal que chegara do hospital há uns meros 20 minutos e que só tinha tido tempo de contar a história aos outros dois.
- Estás mesmo bem? – Sofia levantou-se e sentou-se ao lado de Beatriz que se mantinha protegida pelo braço de Tom. – Estás a tremer… - observou quando a abraçou por momentos.
- Foi demasiado intenso, Sofia. – Tom falara. – Vai ser difícil esquecer um momento como aquele, disso tenho certezas.

Bill olhava-o, sempre atento a Beatriz, sempre com o sentido de protecção excessivamente apurado, com um olhar apaixonado e inevitavelmente preocupado. Tinha orgulho no seu irmão por ter salvo Beatriz e terminado de uma vez por todas aquela história que até a si fazia impressão.
Beatriz levantou-se, sentindo as pernas tremer excessivamente.
- O Ryan? – perguntou. Precisava de o ver, de o sentir abraçá-la, de o ouvir rir.
- No quarto. – Sofia respondeu. - Queres que vá contigo?
- Não. – sorriu fracamente e saiu.

- Ryan! – chamou-o. O pirralho veio imediatamente ter consigo e abraçou-se às suas pernas. – Estás aos pulinhos, mãe. – observou, visto Beatriz ainda tremer.
- Fui ver um filme de terror com o Tom e aquilo assustou-me. – sorriu-lhe, um sorriso sentido e de verdade algo que não tivera conseguido ainda fazer. Ryan riu-se.
- És maricas, mamã.
- Eu dou-te a mariquice! – agora riu-se e pegou nele ao colo enchendo-o de cócegas. Caíram na cama.
- Páraaaaaaa! – o pequeno pediu, já quase sem ar de tanto rir. Beatriz parou e olhou-o. Como é que uma criança tão adorável podia ter os genes daquele monstro? Não sabia, mas também não queria saber. Charles estava preso não só pelo que lhe fizera mas também pela quantidade de droga encontrada no clube e a sua ilegalidade. Pena máxima. Isso descansava-a, mas o medo não deixava de se instalar, pelo menos por enquanto.
- Papá! – Ryan viu Tom aparecer à porta do quarto e saltou imediatamente da cama para os seus braços.
- Minorca! – Tom abraçou-o e sentiu as suas pequenas mãos à volta do seu pescoço. Tinha tido medo por ele, tinha tido medo de o perder e não tivera gostado desse sentimento. Ryan podia não ter os seus laços de sangue mas era seu e ninguém lho iria tirar, ele nunca permitiria isso. Nunca.
- Também não gostaste do filme? – perguntou olhando Tom nos olhos. Tom procurou Beatriz e pelo olhar dela compreendeu.
- Até gostei… - sorriu-lhe.
- A mãe estava aos pulinhos, não gostou. – riu-se novamente. Tom sentou-se ao lado de Beatriz com Ryan entre eles. Talvez não fossem a família perfeita mas agora tinham tudo para isso.
- Mas a mãe é muito corajosa…
- Sim? – ele perguntou.
- Sim, um dia ela conta-te umas histórias, assim quando fores mais velho.
- Porque não pode ser agora? – perguntou irrequieto.
- Agora não ias perceber, meu amor. – Beatriz beijou-lhe os cabelos negros. – Um dia eu conto-te, pode ser? – perguntou.
- Pode. – encolheu os ombros. – Podemos ir brincar com a guitarra? – saltou da cama e olhou Tom.
- Claro! Vamos tocar enquanto a mãe descansa do filme. – realmente aquilo tinha sido mesmo um filme.
- Sim! – agarrou Tom pela mão e puxou-o.

domingo, 12 de dezembro de 2010

[43]

Acabei de fazer uma alteração de última hora porque não fui capaz de escrever o final que pretendia, estou demasiado in história para isso. Como tal, não sei quando vem o próximo, mas espero que muito em breve até porque amanhã acabo os testes. Para já fica o 43.
Obrigada!


Tinha saído de casa naquele preciso momento (apenas com Tom, no final de contas) e tinha logo que dar de caras com a pessoa que menos queria ver à frente.
- Que queres? Lixar-me de vez? – perguntou a Marinne, Tom não percebeu o porquê de ela se dirigir à rapariga daquela maneira.
- Não, quero avisar-te.
- Ah sim, claro. – disse ironicamente – Andas a foder o teu próprio patrão que te paga em sexo por informações minhas e estás agora a dizer-me que me queres avisar?
- Sim, o Charles sabe que andas com o Bill Kaulitz e…
- Ela não anda com o Bill Kaulitz! – foi Tom que se meteu na conversa, interrompendo-a. Marinne olhou-o. – Anda comigo. – respondeu à pergunta silenciosa que ela fizera.
- Ok, foi erro meu então. – disse apesar de não muito confiante. Aliás confiança era algo que não se notava em nada, quer no que Beatriz dissesse quer no que Marinne dissesse.
- O que é que queres? – Tom perguntou. – Se já fodes o teu patrão que raio queres dela? – apontou a namorada.
- Não é só o foder o meu patrão como vocês dizem, mas também tenho sentimentos, ok? E dispenso que ele os fira desta forma… - baixou as guardas por momentos. Sim, gostava do aldrabão, parvo, insensível, feio, mal-encarado que era o patrão mas sempre soube que não se escolhia o que se sentia. Tinha, até certo ponto, pena de si mesma por gostar tanto dele, mas sinceramente às vezes achava que merecia essa pena. Nunca devia ter vendido o corpo daquela maneira, nunca devia ter procurado, por vontade própria, aquele trabalho. - … e se não o consigo ter eu, ele não vai ter mais ninguém. – olhou Beatriz. Apesar de tudo não queria que ninguém tocasse naquilo que o seu coração tomava como propriedade.
- Não te preocupes que certamente não vou ser eu.
- Eu sei, mas ele tem uma obsessão marada por ti, só respira tu por todo o lado, enerva e acima de tudo magoa ouvi-lo gemer por ti quando quem o está a comer sou eu. – disse meia confusa.
- Que nojo. – Beatriz murmurou respirando fundo. – Eu vou falar com ele, não quero saber.
- Faz o que quiseres só decidi vir avisar-te, nunca se sabe o que é que ele pode fazer. E além disso despediu o James, era ele que te protegia dentro do clube não era? – Beatriz acenou afirmativamente trocando um olhar cúmplice com Tom. - Pois, eu suspeitava e disse-lhe. Ele despediu-o.
- Eu sei.

Tom olhou-a, estava extremamente vulnerável e toda aquela história do James ter sido despedido por causa daquilo estava a deixá-lo confuso. Abraçou Beatriz pelos braços e beijou-lhe a cabeça. Não sabia bem o que se passava ali mas estaria sempre lá para Beatriz.
- Queres mesmo ir? – perguntou nem dando conta que Marinne acabava de os abandonar.
- Não sei. – Tom sentiu-a tremer contra si assim que o abraçou.
- Podemos esperar o tempo que quiseres. – sussurrou.
- Não, vamos agora. – deu um passo em frente e levou Tom consigo pela mão até à rua em frente.

A fachada gigante, escrita em letras negras sobre um fundo verde com a palavra Magnólia escrita trazia recordações aos dois, boas e más.
Tom tanto podia agradecer àquele clube por ter trazido Beatriz à sua vida como podia querer desfazê-lo aos bocadinhos por lhe ter dado aquelas condições de vida.

Entrou com ela e quase como que de imediato entraram os dois na sala onde Charles permanecia com o gelo na cabeça.

- Boa tarde. – a voz de Beatriz fez-se soar pelo compartimento e Charles imediatamente rodou a cabeça na direcção da porta para esboçar um sorriso, não só de contentamento como também, altamente perverso.
Tom teve a sensação que ia vomitar. Só o cheiro que existia dentro daquela sala o fazia desejar sair dali, já para não falar do sorriso e do olhar que ele lançava à sua Beatriz. Agarrou-lhe a mão e não a largou por um minuto.
- Hannah. – a voz de Charles soou e Beatriz sentiu-se arrepiar de medo. Em que raio se estava a meter?
- Não sou a Hannah, não vou voltar a sê-la, deixei de estar ao seu comando e tenho vida própria. Estou-me a lixar para o clube e para os seus clientes, não quero saber de mais nada e se você faz alguma coisa que seja contra mim ou contra aqueles que me rodeiam entrego-o à polícia. – despejou olhando-o nos olhos sem saber bem como.
- Entregas? Como, amor? – riu-se pousando o gelo sobre a mesa aproximando-se dos dois. Beatriz recuou imediatamente sendo puxada por Tom.
- Eu aconselhava-o a manter-se quietinho no seu sítio porque senão antes da polícia faz uma visita ao hospital local, parece-lhe bem? – Tom respondeu. Se era confronto que ele queria e se Beatriz queria acabar com aquilo de uma vez por todas ele não ia ficar de braços cruzados, iria ajudar.
- Agora tens defensor é, Hannah? – voltou a perguntar prolongando-se no seu nome falso.
- Não é meu defensor, é meu namorado e pai do meu filho. – não sabia se havia de dizer aquilo, mas saiu-lhe.
- O pai do teu filho sou eu. – disse confiante.
- Não, a única pessoa que tem direito a ser pai do Ryan é ele. – apontou Tom. – Você abandonou-o, nunca quis saber dele, subornou-me e agora diz-me isso? Não brinque com o fogo senão queima-se.
- Se tu fores o fogo tenho total prazer em me queimar… - riu-se molhando os lábios com a língua à medida que voltava a tentar uma aproximação. Tom pôs-se entre eles e deu um murro no nariz de Charles. – Então?! – perguntou, fora apanhado desprevenido.
- Não se meta com ela. – avisou calmamente de punho cerrado vendo-o cambalear na sua direcção. – Isto se não quer morrer hoje claro!
- A única pessoa que tem a oportunidade de morrer aqui hoje, és tu oh coraçãozinho apaixonado! – gozou-o. Dirigiu-se à secretária limpando o sangue do nariz à manga da camisa e tirou de uma das gavetas uma arma. Uma pistola totalmente carregada. – Tu e quem sabe ela…
- Você é mesmo muito bai… - Tom tentara terminar a frase mas a arma apontada a si fê-lo parar.
Tinha cerca de um metro de distância entre si e a arma mas ainda assim aquilo não deixava de ser assustador.

- Mas és doido?!! – desta vez Beatriz mexera-se atrás de Tom, falando para Charles perdendo a cabeça.
- Sou! Doido por ti e se eu não te tenho mais ninguém tem! Podes ficar com o puto e toda a merda que vem atrás, mas tu, o teu corpo pertence-me! Pertence-me desde o dia em que te vi entrar pela porta desta casa à procura de emprego. Uma rapariga de 17 anos, cabelos vermelhos longos, boas pernas, boas mamas, tudo no sítio… foste minha nessa altura…
- Não diga disparates… - sentiu-se tremer ainda mais e quase perder o equilíbrio, conseguia reviver todos os olhares e palavras dirigidas a si e ao seu corpo naquele dia. Arrepiava, e muito!

Tom sentiu-se quebrar por momentos, o seu coração tremia por aquilo que podia acontecer naquele pequeno espaço, tanto físico como temporal afinal não sabia quanto tempo estariam naquele impasse sem que ninguém saísse ferido. Respirou fundo.
- Quanto quer? – perguntou.
- Quero o quê? – ele perguntou apontando a arma por instantes a Beatriz que se movera em direcção à parede fechando os olhos por momentos.
- Dinheiro. Pago-lhe o que quiser se nos deixar sair.
- Eu não quero o teu dinheironão quero nada teu, a única coisa que quero é ela… - apontou a rapariga.
- ela é minha. – Tom teve a coragem de proferir tais palavras. Era verdade, Beatriz era sua, foi a primeira mulher com quem se envolveu emocionalmente e era aquela que amava actualmente.
- Isso é o que tu julgas! Quem trabalha aqui não se consegue manter fiel a ninguém.
- Eu não trabalhei aqui porque quis mas porque fui obrigada! – ela ripostou.
- E? É a mesma merda, não quero saber. – voltou a apontar a arma a Tom, desta vez à cabeça.
- Você não sabe é nada, é um cabrão de meia tigela que se julga todo bom e o melhor do mundo, ninguém o quer! – Tom atirou.
- Diz isso outra vez e eu disparo. – avisou pondo o dedo mais a fundo no gatilho. Um simples passo em falso e a arma disparava. – E olha que eu não brinco. – estava sério, mas Tom arriscou.
- Você não sabe nada, é um cab… - Beatriz sentiu por momentos o gatilho ser apertado e atirou-se sobre Tom, não se preocupando com as consequências, ouvindo o tiro ser disparado.

Tom sentiu o corpo de Beatriz colar-se ao seu e milésimas de segundo depois de ouvir o tiro, a pressão que Bea fizera sobre si era demasiada.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

[42]

Sinceramente não gosto deste capítulo e desculpem a demora.


Estava sentado na secretária do costume quando o seu telemóvel tocou.

**
- Eu não acredito! Estás de volta?! – James perguntou assim que atendeu Beatriz no telefone.
- Sim. – ela riu-se da reacção dele. – Tudo bem?
- Sim e contigo?
- Também, mas minimamente preocupada.
- Então? Não tenho muitas novidades daqui… a Marinne dá-se bem com o patrão e faz bem o teu trabalho, de resto não sei mais.
- Isso quer dizer que eu posso andar na rua à vontade sem que ninguém me descubra? – perguntou.
- Não sei, boneca não sei mesmo mas queres que tente alguma coisa?
- Sei lá. – suspirou – Preciso de ir à procura de trabalho e queria esquecer o clube para sempre, percebes? Não quero preocupações acrescidas nem nada que tenha a ver com isso e com o Charles.
- Posso tentar dizer-lhe que passei por ti na rua.
- Faz isso, depois diz-me alguma coisa então. – disse, não muito confiante.
- Ok, boneca. Que tal as viagens com o namorado? – gozou-a.
- Tudo fantástico, ele é um amor! – suspirou.
- Estás mesmo caidinha. – riu-se. – Mas compreendo, - sorriu – também gostava de me sentir assim.
- Um dia, vais ver que sim. Sabes que eu também nunca esperei que isto me acontecesse…
- Ok, ok vamos parar as infelicidades por aqui. – ele odiava falar na sua vida privada – Vou falar agora com o Charles e depois ligo-te.
- Ok, beijinhos.
- Beijinhos. – desligaram.
**

Levantou-se da cadeira e dirigiu-se ao gabinete, se assim lhe podemos chamar, de Charles e bateu.

- Posso?
- Entra, que queres?
- A Hannah está na cidade! – Charles olhou-o.
- Não me estás a dar novidade nenhuma. – respondeu secamente.
- Han?! – perguntou surpreso.
- Ela está cá há sensivelmente quatro dias, meu querido. – respondeu ironicamente rindo. – Não fizeste o teu trabalho, pois não? Então há alguém que o faça, estás despedido. – respondeu como se nada fosse.
- O quê?! Então mas…? – estava parvo, ele tinha-lhe dito que o despedia?! Mas há quantos anos é que ele ali trabalhava?! Tinha direitos!
- Nem mas nem meio mas, não quero mais saber de ti ou das tuas tentativas maradas de me cegar perante a Hannah, deixei de ser tontinho. – falou seriamente. Sabia que James não lhe dizia a total verdade, sabia disso e depois de Marinne lhe contar que eles eram próximos depois dos espectáculos de Hannah, era impossível confiar nele fosse de que maneira fosse sabendo que lhe mentia descaradamente. Afinal Charles não era assim tão burro como aparentava ser.
- Você nunca vai deixar de ser tontinho. – disse-lhe – Já viu que está ao comando de uma mulher? Ainda por cima a maior puta que existe nesta casa de merda? – não se conseguia controlar, e já que tinha sido despedido iria dizer-lhe tudo.
- Tu não me falas nesse tom ouviste?! – levantou-se da cadeira e encostou James à parede.
- Não, não ouvi fala mais alto! – espetou-lhe o joelho no estômago e virou-o contra a parede. – Se julgas que vais conseguir ter a Hannah enganas-te, e se algum dia tocas nela ou seja em quem for que tenha a ver com ela, esgano-te. – avisou contorcendo o seu braço atrás das suas costas.
- Não eras capaz!
- Tens a certeza, Charles Griffin?
- Eu tenho mais poder que tu, sou bem capaz de te matar neste preciso instante. – disse demasiado calmamente.
- Não, não és. – atirou-o ao chão e pisou-lhe o ombro. – Ficas avisado. – pontapeou-lhe o estômago e virou costas.

Não percebia, a sério que não percebia.

**
- Não sei o que é que te pode acontecer, tem cuidado e não saias de casa por nada deste mundo, Beatriz ok? – disse-lhe assim que ela atendeu o telefone.
- O que é que aconteceu? – perguntou preocupada.
- Fui despedido e ele tinha a Marinne a seguir-te para todo o lado, não sei o que é que ela sabe de ti, mas não saias de casa! Por favor! – estava preocupado e falava rapidamente.
- Estás a assustar-me!
- É mesmo assim, não dirijas palavra à Marinne se ela foi ter contigo, não vás ter com o Tom, não saias com o Ryan! – Beatriz começara a formar lágrimas.
- Isto vai ter que acabar! – desligou bruscamente o telefone.
**

Não conseguia acreditar naquilo que se estava a passar na sua vida. Quando tudo parecia tomar um rumo diferente todo o passado voltava a cair sobre os seus ombros.
Deixou-se cair de joelhos no chão e procurou chorar tudo o que podia e conseguia. Não aguentava tanta pressão, não conseguia simplesmente viver com toda aquela angústia e toda a dor que começava a lacerar o seu coração de forma imperativa. Precisava de falar com Charles e ver o que ele lhe tinha para dizer na cara. Podia ter ficado amedrontada com toda a situação que James lhe contara, mas era impossível alguém impor-lhe medo com a determinação que sentia no momento.

Vestiu o casaco e preparava-se para sair de casa quando a campainha tocou. Abriu a porta respirando fundo.
- Desculpa esqueci-me das chaves. Vais sair? – perguntou Sofia entrando em casa com Ryan ao lado. Tinha-o ido buscar à escola.
- Olá, mãe! – ele pediu um beijo.
- Olá, filho. – sorriu-lhe. Sim aquele pequeno sujeito ainda era uma das boas coisas da sua vida que a fazia sorrir. – E sim vou sair, já volto. Até logo.
- Também posso ir, mãe? – perguntou Ryan.
- Não amor, e eu também não demoro nada. – beijou-lhe a testa e ele entrou pela sala.
- Espera aí… - Sofia agarrou o braço de Beatriz antes que ela saísse. – … se vais ao clube é melhor nem dares mais um passo. – até adivinhava. O estado de Beatriz não deixava dúvidas e ela estivera, certamente, a chorar.
- Tenho que ir.
- Não!
- Sim! Preciso de resolver tudo.
- O Tom sabe?
- Nem tem que saber por enquanto!
- Não vais, não quero saber, mas não vais. E quando fores eu vou contigo. Ou eu ou o Tom!
- Ai então liga-lhe e venham os dois comigo. – fez birra e despiu o casaco, sentando-se na cozinha.
- E ligo mesmo, Beatriz. – disse séria. Ela encolheu os ombros.

Sofia ligou mesmo a Tom e Bill veio com ele de modo a fica a tomar conta de Ryan.

Beatriz suspirou, não podia deixar a melhor amiga e uma das pessoas que mais amava no mundo partir à sua sentença de morte assim do nada. Não podia nem o ia fazer.

- Mas nós já tínhamos falado sobre isto, Beatriz não vais lá! – Tom bem podia tentar dissuadi-la, mas ela já estava mais que vincada a ir.
- Se vens comigo, tudo fixe se não, vou sozinha.
- És tão teimosa, credo! – olhou-a e abraçou-a pela cintura. – Eu vou porque não te vou perder num confronto com aquele palerma. – beijou-lhe os lábios. – Já te disse que te amo hoje? – perguntou num sussurro.
- Eu também te amo meu amor. – beijou-o.

(…)

Não conseguia acreditar que aquele patife lhe tinha batido daquela forma. Mas que merda é que ele tinha na cabeça no dia em que o contratou para trabalhar consigo?

- Ai! – queixou-se quando Marinne lhe pousou o gelo na cabeça.
- Se não refilasse tanto não estava nesse estado. – refilou ela.
- Não te metas, ok? Aqui só serves para me dar sexo e informações.
- Diga-me isso outra vez e depois queixa-se a sério.
- Aqui só serves para me dar sexo e informações. – repetiu – Queres outra vez? – gozou.
- Depois não diga que não o avisei. – deu-lhe um estalo e virou-lhe costas.

Lá vinha ao de cima novamente o seu coração bater mais forte que o seu corpo, mas desta vez por pouco tempo. Não ia mesmo continuar a ser a boneca insuflável do patrão, nunca mais. Queria distância daquele patife. E se para parar isso tivesse que ir contra os planos dele iria, não queria mais saber dele ou das cenas maradas do clube. Daquele clube. Procuraria outro e de preferência longe dali. Agora só faltava encontrar Hannah e o seu namoradinho.