segunda-feira, 29 de novembro de 2010

[41]


Estavam à três dias de volta a casa e tinham combinado ir jantar a casa dos pais dos gémeos. Tanto Bill como Tom não se calavam a dizer que as queriam apresentar como novos membros da família e como as supostas mulheres das suas vidas.

- Ryan, anda cá! – era Sofia que mais uma vez andava a correr atrás do pequeno a tentar que ele lhe devolvesse os sapatos.
- Não! – ele ria-se feliz enquanto corria desalmado à frente dela.
- BEA! – berrou. – CHEGA AQUI! – pediu parando a meio do corredor, encostando-se à parede com uma mão, estava farta de correr descalça atrás de Ryan.
- Que foi? – Beatriz chegou à porta do quarto colocando um brinco.
- Diz ao teu filho que me devolva os sapatos, ou então não saímos de casa hoje. – disse. Beatriz riu-se.
- Ry, dá lá isso à tia Sofia. – disse-lhe numa voz algo autoritária. Ryan obedeceu-lhe.
- Obrigada. – olhou o rapaz e sentou-se na cozinha a calçar os sapatos negros de salto alto.

Não demoraram mais de 20 minutos a acabarem de se arranjar e a chegarem a casa dos gémeos.
- Boa noite. – foi Bill que abriu a porta e imediatamente Ryan lhe saltou para o colo. – Olá, Ryan! – riu-se da reacção do pequeno e voltou a pousá-lo no chão, deixando-o entrar.
Ryan espreitou para a cozinha à procura de Tom mas a única pessoa que viu foi Simone.
- Olá, deves ser o Ryan, não? – ela perguntou pondo-se de cócoras contando que o pequeno se deslocasse a ela. Ryan recuou com um sorriso na cara, não tinha medo mas não conhecia.
- Mãe! – chamou e agarrou-se às pernas de Beatriz.
Tom entrou no corredor, vindo dos quartos.
- Olá, minorca! – falou ao pequeno de cabelos negros e este imediatamente correu até ele.
- Papá. – abraçou-se ao seu pescoço com toda a força que possuía.
- Isso é tudo saudades minhas? – riu-se abraçando-o com o mesmo fulgor. Ryan olhou-o.
- O que é que são saudades? – perguntou. Tom beijou-lhe a testa.
- Quer dizer que sentiste muito a minha falta. – Ryan abriu um sorriso.
- Sim. – voltou a abraçar-se ao seu pescoço.
- Vou ter uma noite bonita ‘tá visto. – riu-se consigo mesmo ao ver que Ryan não o largava por nada. – Olha, boa noite para ti também! – dirigiu-se a Beatriz que permanecia no corredor na conversa com Sofia e Bill.
- Boa noite. – Beatriz sorriu-lhe e beijou-o num toque rápido mas sentido de lábios.
- Assim está melhor. – sorriu-lhe. – Vá meninas vamos conhecer a família. – disse puxando pela mão de Beatriz até à cozinha onde sabia se encontrar a mãe. Sofia e Bill seguiram-nos. – Mãe. – chamou-lhe a atenção.
- Olá! – Simone virou-se e sorriu assim que deu de caras com a figura que se expunha à sua frente – Ficas tão bem com uma criança ao colo, filho.
- Goza, goza! – riu-se.
- Não estou a gozar é verdade! – sorriu, agora ternamente e embevecida ao olhar a expressão do pequeno Ryan.
- É a Beatriz e o Ryan. – apontou os respectivos.
- Prazer. – Beatriz sorriu e cumprimentou Simone.
- Muito bonita sim senhor, Tom!
- Já sabes que eu tenho bom gosto, não sei porque ainda ficas admirada! – riu-se, pousando Ryan no chão que se escondeu nas suas pernas sorrindo a Simone.
- Vai dar um beijinho, filho. – foi Beatriz que encorajou.
- Não quero dar beijinhos. – disse.
- Estás no teu direito pirralho. – sorriu-lhe.
- Posso ser eu agora, óh gordo? – perguntou Bill afastando Tom com a anca.
- Antes gordo que esquelético! Já te olhaste bem ao espelho, mano? Começo a ficar preocupado. – tentou conter o riso.
- Já me olhei ao espelho e estou bom como todos os outros dias. – deu-lhe um murro no ombro e passou com Sofia até ao lado da mãe. – Sofia, mãe, mãe, Sofia!
- Olá.

As apresentações não podiam ter corrido melhor em termos de primeira impressão, também Gördon tinha simpatizado com elas e com Ryan que pouco tempo depois já se dava com toda a gente.
- Então e que têm feito da vida, meninas? – Simone perguntou. Tom e Beatriz trocaram um olhar imediato e cúmplice e ficara imediatamente acordado em não falar de nada que envolvesse o Magnólia, o como de Ryan existir e tudo o mais, essas verdade duras seriam contadas com o passar dos anos, até porque Ryan também não sabia de praticamente nada e não era bom saber no meio daquela conversa.
- Acabei a universidade à uns meses, formei-me em relações publicas e queria ver o que é que conseguia arranjar, gostava de trabalhar no mundo da música, mas não sei. – Sofia deu a sua contribuição.
- E tu, Beatriz? – perguntou Gördon.
- Tenho trabalhado num restaurante/bar desde os 17 anos, que foi quando acabei o secundário e quando os meus pais faleceram. – disse meio abalada.
- Desculpa não sabia! – ele imediatamente se desculpou.
- Não faz mal, - Beatriz sorriu na direcção dele – é algo com o qual me habituei a viver.
- Bem, e sobremesa? – foi Tom que perguntou levantando-se da mesa.
- Há bolo de chocolate no frigorifico, vai lá buscar se fazes o favor. – Simone respondeu e no mesmo segundo Bill levantou-se correndo atrás de Tom em direcção à cozinha.
- A primeira fatia é minha!! – berrou.
- Nem penses! – Tom respondeu de volta.
- Suponho que já estejam habituadas? – Simone riu-se.
- Sim. – elas responderam em coro com uma gargalhada na voz.
- Também quero! – Ryan saltou da cadeira e dirigiu-se a eles, rindo.

(…)

- Não foi muito mau, pois não? – Tom sentou-se na própria cama, olhando Beatriz que entrava agora no seu quarto depois de deitar Ryan no quarto de hóspedes.
- Quem a tua família? – perguntou sem perceber.
- Sim.
- Não, eles foram bastante simpáticos até. – sorriu sentando-se ao lado dele. Tom abraçou-a pelos ombros. – Amanhã vou procurar trabalho. – disse séria soltando-se de Tom. – Preciso mesmo de começar a ver coisas por aí, não posso continuar parada.
- Mas e o outro e as cenas com o clube? – ele perguntou preocupado.
- Vou ter que ligar ao James a perguntar como estão as coisas…
- E? O que é que ele pode fazer por ti?
- Não sei, Tom. E além disso eu não quero que ele continue a ajudar-me, percebes? Tenho orgulho e esse é difícil de quebrar, mas no meio desta confusão toda já o engoli uma data de vezes e não estou disposta a fazê-lo de novo! – levantou-se andando às voltas no quarto. – Preciso de independência total do clube… - parou e olhou Tom - … nem que para isso tenha que me deslocar lá.
- Nem penses! De certeza que ele ainda anda à tua procura! – Tom levantou-se também e agarrou-a suavemente pelos braços. – Fala primeiro com o James e informa-te da situação depois logo vês se lá vais ou não. – abraçou-a – Eu tenho medo de te perder, Bea.
- Eu não te vou largar por nada deste mundo, Tom prometo-te. – sussurrou ao seu ouvido deixando-lhe um beijo no pescoço. – Eu amo-te e isso não muda. – beijou-lhe os lábios de forma lenta e apaixonada.
- Eu também te amo, miúda. – sorriu voltando a beijar os seus lábios, deixando as suas mãos escorregarem até ao seu rabo e puxá-la mais contra si.

Beatriz fez o casaco de Tom deslizar até ao chão e subiu a sua t-shirt de modo a desfazer-se dela e poder apalpar todo o tronco de Tom sem nada a atrapalhar. Tom seguiu o seu exemplo e, desapertando a sua camisa botão a botão à medida que preenchia o seu pescoço de beijos, deixou-a deslizar pelos braços dela até embater abafadamente no chão.
Deitou-a sobre a cama e passou os lábios demoradamente pelo seu peito coberto pelo soutien negro rendado, o que deixava já visível a excitação dela por o possuir e a maneira sensual como aquele piercing o tirava totalmente do sério. Desceu os lábios pela sua barriga e umbigo e beijando o seu baixo-ventre desapertou as calças vermelho sangue de Beatriz. Beijou-lhe as virilhas e descia os lábios pelas suas coxas à medida que lhe despia as calças que pareciam mais justas que o normal. Atirou os seus sapatos para uma das pontas do quarto e sorriu na direcção dela quando finalmente ficou com as calças na mão.
Beatriz riu-se e puxou-o pelo cinto de volta ao seu corpo. Sentou-se sobre a cintura de Tom e percorreu o seu pescoço, peitorais e abdominais com a fome característica que adquiria quando se sentia cada vez mais excitada por ele. Deixou que os seus lábios navegassem por cada pedaço de pele que encontrava e cada vez que olhava na direcção dele conseguia vê-lo contorcer os lábios em puro deleite. Só aquela visão já lhe dava um aconchego pouco normal no estômago. Desapertou as calças largas de Tom e deixou-as cair ao lado da cama. Deixou um beijo sobre o alto visível nos boxers de Tom e voltou aos lábios dele com um sorriso na cara. Estava feliz, estava com ele e isso bastava para a deixar feliz e, neste caso, em puro êxtase.

Sentiu Tom beijar-lhe o pescoço enquanto ganhava tempo para desapertar o seu soutien. Virou-a na cama e explorou o seu peito com toda a determinação e excitação que aquela zona em particular da namorada lhe dava. Sentia-a gemer baixinho ao seu ouvido e passear as suas pelas suas costas dando-lhe múltiplos arrepios fazendo com que o seu corpo chegasse ainda mais longe do que aquilo que já tinha chegado. Alcançou um preservativo da primeira gaveta da mesa-de-cabeceira e desfez-se do resto da roupa de ambos, antes de o colocar e penetrar Beatriz da forma mais lenta que alguma vez se houvera lembrado.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

[40]

Peço desculpa outra vez, mas o tempo é curto. Hoje não tive aulas consegui adiantar um bocadinho e vou ver se consigo mais qualquer coisita. Espero que não desistam da história, btw está quase no fim não sei ao certo quantos capítulos mas não devem faltar muitos. Quando acabar de a escrever mesmo eu aviso (:
Beijinhos e obrigada*


A última semana de concertos realizada por toda a parte na sua terra Natal tinha passado a voar. Tom não se conseguia mentalizar que dentro de duas horas, talvez nem tanto, deixaria a namorada e o agora seu filho em casa e iria voltar à sua, depois de dois meses de ausência. Encostou a cabeça ao banco da carrinha e deixou-se deslizar até ao ombro de Beatriz. Não conseguia conter as saudades que tinha da mãe e dos seus cães, afinal não puderam ir em Tour consigo depois de tudo acordado para isso.
Não se conseguia realmente mentalizar no fim daquele período nem que a vida a que se habituara a levar todas as manhãs chegara ao fim.

[Flashback]

Mexeu-se na cama e apertou-a mais contra si. O calor que emanava das costas dela e que cobria o seu peito naquela manhã fria, conseguia acalmar os seus sentidos e dar-lhe os bons dias de maneira especial. Puxou mais o corpo para cima e afastou os cabelos vermelhos de Beatriz do seu pescoço e depositou-lhe um beijo suave, terno e apaixonado sobre ele.
Beatriz soltou um gemido extremamente feminino e ensonado, e isso fê-lo sorrir e repetir o gesto.
- Bom dia… - Beatriz sussurrou quando se virou para Tom.
- Boa dia, amor… - era o habitual cumprimento de todas as manhãs. Não negava a ninguém que estivesse em seu redor que aquela era a mulher da sua vida, a sua primeira grande paixão e o seu primeiro grande amor. Era isso que ela era para quê escondê-lo?
Beatriz aninhou-se no seu peito e beijou-lhe o pescoço.
- Que horas são?
- Horas de me levantar.
- Já? – olhou-o e Tom beijou-lhe a testa.
- Não tenho a sua vida, sabe? – falou como se tratasse de uma das mais altas figuras do Jet Set. Beatriz riu-se a alto e bom som. – Acorda o teu filho e depois queixa-te! – limitou-se a dizer puxando-a para cima de si.
- Quando ele acordar, acordou. – disse simplesmente beijando-lhe os lábios, sugando-lhe o inferior. Tom riu-se da sua simplicidade de resposta e da maneira única como ela se conseguia expressar sem às vezes dizer nada. Fascinava-se com aquela mulher a cada vez que a olhava, tocava, beijava ou ouvia falar.
Ao recordar-se da primeira vez que a viu, nunca diria que aquilo que acontecia todas as manhãs numa qualquer cama de Hotel ou do TourBus, poderia algum dia realizar-se. Às vezes ficava mesmo parvo com estas situações. “A vida dá cada volta.”
Deixou os pensamentos de lado e obrigou Beatriz a levantar-se e a tomar um duche consigo naquela manhã.

[/Flashback]

Quando deu por si, tinha Beatriz a sussurrar-lhe qualquer coisa ao ouvido que não percebia. Endireitou-se e apercebeu-se que tivera adormecido embrenhado em pensamentos e que a casa de Beatriz, Sofia e Ryan acabava de ser o destino concretizado.
- Já chegámos. – Beatriz informou-o.
- Tenho sono. – Tom refilou aninhando-se novamente no ombro dela. – Posso dormir contigo? – perguntou infantilmente.
- Claro que sim, mas não queres ir a casa? – perguntou.
- Vou amanhã. – respondeu encolhendo os ombros. Assim ficou acordado, tal como Bill, Tom passaria a noite em casa das raparigas.

(…)

Marinne dirigiu-se ao seu camarim depois do trabalho daquela noite com um cliente especial dito normal, terminar. Há uma semana que não tinha dirigido corpo ou palavra ao seu patrão e o porquê, para ela, era óbvio. Depois daquela discussão marada entre ela e Charles e o facto de ter que encontrar Hannah o mais rápido possível, tinha-lhe tirado o apetite sexual todo por ele. Podia ser uma boneca insuflável para muitos, mas para Charles nunca o seria sem ter o próprio consentimento. Podiam tratá-la como quisessem, mas tinha alguma dignidade e não cedia sexo com este tipo de condições. No entanto, aquilo que sentia pelo seu patrão pouco adorável obrigava-a a fazer esse trabalho, e o mais interessante é que tinha feito progressos. Descobrira onde Hannah vivia e com quem e, apesar de não parecer muito, todas as noites quando saia do trabalho dava uma espreitadela à sua rua. Ria-se feita estúpida do que andava a fazer, mas em certo ponto dava-lhe gozo. Hannah nunca poderia ficar com Charles exclusivamente.

Saiu do Magnólia e como era habitual dirigiu-se à rua de Hannah. Achou estranho o facto de uma carrinha de vidros fumados se ter cruzado consigo àquela hora, afinal eram 3 da manhã, teria acontecido alguma coisa?
Variou o percurso da rua e fora do normal entrou num beco sem saída mesmo em frente ao prédio de Hannah.
- Wow. – conseguiu sussurrar quando viu três figuras entrarem no prédio. Se não estava nada enganada conhecia pelo menos duas delas: Hannah e Bill Kaulitz. Não percebia que raio Bill Kaulitz fazia no apartamento de Hannah, mas tentou somar dois mais dois. Bill admitira à relativamente pouco tempo que encontrara o amor da sua vida, portanto a coisa não podia fazer mais sentido ao seu cérebro. Ele apaixonara-se pela inocente mulher fogosa que Hannah era. – É mesmo vaca. – Num passo agora apressado voltou ao interior do clube e entrou que nem furacão no escritório de Charles.

- E bater, oh? – ele falou bruscamente.
- Baixe a bolinha, trago novidades. – encostou-se à parede e desbocou-se de tudo o que tinha visto e de todas as associações que tinha feito. Charles ficara impressionado.
- Aquela gaja anda com um famoso milionário, é isso que me estás a dizer? – ele perguntou.
- Basicamente, ele é bastante famoso no mundo todo e pelo que sei andou em Tour com a banda nos últimos dois meses.
- Mas a Hannah estava fugida há mais tempo… - pensou em voz alta.
- E quem lhe diz que ele não a protegia? Que a obrigou a sair do clube? – supôs. Charles olhou-a com cara de caso. Marinne podia ter razão, podia realmente ter visto aquilo mas também podia estar a intrujá-lo.
- Tens a certeza do que me estás a dizer? Ou isso é só uma manobra de diversão para me comeres novamente?
- Quem tem manobras de diversão para comer seja que rabo de saias for não sou eu, é você. – respondeu directamente. Ele olhou-a, a miúda tinha qualquer coisa que o excitava.
- Ok, então se isso é mesmo verdade vigia a Hannah e o outro e traz-me novidades. – levantou-se da cadeira e apagou o cigarro que fumava no cinzeiro. Dirigiu-se a ela, deixando-a encostada à parede e ao seu corpo. – Queres recompensa? – perguntou arrastando os lábios pelo pescoço dela. Marinne soltou um gemido, já estava satisfeita por aquela noite, não precisava de outro orgasmo, mas já que ele insistia.
- Depende da recompensa, tenho direito o tudo? – ele olhou-a por momentos e despindo-lhe o casaco com uma gentileza pouco própria acenou afirmativamente, dando-lhe passagem até à secretária.

(…)

Tom entrara primeiro que todos no prédio e consequentemente no apartamento. Levava Ryan ao colo, já de pijama vestido, encostado ao seu pescoço a respirar pausadamente. Entrou no quarto do pequeno e pousou-o sobre a cama, cobrindo-o e aconchegando-o, não deixando de lhe dar um beijo sobre a testa tal como se acostumara a fazer todas as noites. Sem saber bem porquê sorriu ao ver a pequena figura que tanto lhe dizia mexer-se e aconchegar-se por ele mesmo. O seu minorca fascinava-o e passado todo este tempo ainda não sabia porquê. Dirigiu-se à sala.
- Por favor vamos dormir, vamos? – perguntou completamente ensonado.
- Sim vamos. – Beatriz riu-se do estado do namorado. – És tão fraquinho.
- Não, - levantou o indicador – simplesmente tenho sono. – refilou. Bill riu-se.
- E queres alguma coisinha especial já agora? – gozou.
- Se te quiseres calar eu agradecia, obrigado. – entrelaçou os seus dedos com os de Beatriz e puxou por ela.
- Não tens de quê, maninho sempre às ordens.
- Lamento, mas não quero nada teu que esteja sempre às minhas ordens.
- Tu nem a dormir deixas o sexo de fora, pois não? – Sofia riu-se, vendo o casal desaparecer para o andar de cima.
- Acho que não! – Beatriz ainda teve tempo de responder antes de Tom arrastá-la completamente para dentro do quarto e poderem descansar a noite inteira.

sábado, 13 de novembro de 2010

[39]

Desculpem a demora mais uma vez, vou tentar escrever com mais regulariadade, mas não tenho conseguido. O capítulo é pequenino mas foi o que consegui arranjar. E pronto, Lisboa é Lisboa e vai ser sempre Lisboa xD
Beijinho*

Lisboa.

Ryan estava sentado contra a janela gigante que o backstage possuía. Estava de sorriso na cara e nada lhe tirava o brilho dos olhos negros quando mirava atentamente as luzes existentes no exterior do pavilhão. Conseguia até ver o rio e durante o dia até pudera vê-lo de perto! Estava fascinado.
- Mãe, podemos ficar aqui para sempre? – ele perguntou inocentemente quando se voltou para trás e pôde reparar que Bill já entrava pelo camarim.
- Porquê, amor? – Beatriz perguntou com um sorriso na cara ao ver a felicidade do rebento.
- Porque é lindo. – suspirou quase em forma de desabafo e mirou novamente as águas calmas do rio Tejo e as luzes dos candeeiros acesas ao longe.
- Tens razão. – Beatriz aproximou-se e agachou-se atrás dele. – É mesmo bonito.
- Depois vimos cá passar férias! – Tom entrou no camarim ainda a tempo de ouvir o comentário de Beatriz.
- Podemos?! – Ryan correu até Tom, que o elevou no ar, completamente inquieto. – Mesmo?!
- Mesmo! – sorriu-lhe e pousou-o no chão agarrando uma garrafa de água. – Está calor. – fez a observação.
- Calor?! Credo estou a morrer! – Georg entrou e esparramou-se no sofá.
- Portugal é um país que dá calores! – Bill pronunciou-se.
- Isso agrada-me… – Tom sentou-se, brincando com o piercing, e olhou Beatriz de esguelha que se riu da indirecta que ele acabava de lhe mandar.
- Um alongamento para a mesa 3, se faz favor! – Gustav entrou na sala e imediatamente se deitou no chão. Georg riu-se da maneira como o amigo entrava e decidiu-se a parar o seu descanso para auxiliar o amigo, ajudando-o a alongar os gémeos.

A chegada ao Hotel não levou, depois desta cena, mais de uma hora.
- Posso ir lá fora?! – Ryan perguntou, acordando de repente no colo de Beatriz.
- Agora? Estás morto de sono! – ela exclamou.
- Não, estou nada. – sorriu coçando um olho. – Posso ir? – olhou-a.
- Eu vou com ele, vai descansar. – Tom pegou em Ryan e pousou-o no chão dando-lhe a mão e depositando um beijo nos lábios de Beatriz. – Já voltamos. – piscou-lhe o olho e Beatriz sorriu.
- Juízo! – Ryan riu-se e puxou por Tom.
- Podemos ir lá para cima, podemos? Também deve ser bonito como é nos outros sítios!
- Vamos, minorca. – Tom dirigiu-os ao elevador e saíram no último andar, o andar que dava acesso ao telhado.

Tal como todas as outras cidades também Lisboa apresentava uma vista maravilhosa repleta de tráfego, luzes, cores, prédios e monumentos. Ryan sorriu e correu até à ponta do telhado, ouvindo Tom pedir-lhe que tivesse cuidado. Pendurou-se e riu-se ao sentir o vento que corria fazer-lhe cócegas na cara. Podia estar farto de todas aquelas viagens estranhas que tinha que fazer e podia estar cansado de tanta coisa nova que nunca pensara que existisse, sim podia mas estes momentos conseguiam encher-lhe a alma com a pureza que ele ainda possuía pelo simples facto de ser uma criança amada.

- Se cais esfolo-te! – Tom chegou-se a ele e agarrou-o pela cintura colocando-o ao seu colo. Ryan riu novamente e encostou-se o mais que conseguia a Tom. Estava sempre bem nos braços dele.
- Podemos mesmo vir para aqui passar férias, papá?
- Claro que sim. Eu também gosto muito de Lisboa. – pousou o queixo sobre os cabelos negros do filho.
- Boa. – fechou os olhos por instantes e quando os voltou a abrir apercebeu-se de que no meio de tantas luzinhas conseguia distinguir uma específica no céu. Uma vermelha e… - Está a andar! A luzinha está a andar! – disse repentinamente apontando o céu pouco estrelado naquela noite. Tom olhou também.
- É um avião. – explicou com um sorriso.
- E o senhor vê para andar com o avião?
- Sim, tem equipamentos próprios.
- Ah, e a luzinha? – perguntou fixando a luz acender e apagar ao mesmo tempo que se deslocava.
- É para outros aviões e as pessoas o conseguirem ver. – disse.
- Ah… - estava perto do fascínio. Sentiu o vento novamente na cara e deixou-se aconchegar por Tom. Em breves minutos estaria totalmente adormecido.

(…)

Sinceramente já não lhe fazia diferença fazer aquele trabalho mas o facto do próprio patrão lhe chamar Hannah quando estava prestes a vir-se não lhe dava assim tanta pica quanto isso. Saltou palco fora e, como grande parte das noites se habituou a fazer, dirigiu-se ao escritório de Charles.

- Boa noite. – a voz sensual do costume aproximara-se do seu ouvido de forma quase inaudível e não conseguiu conter um sorriso ao sentir as mãos atrevidas e hábeis de Marinne deslizarem pelas suas calças abaixo, mais especificamente pelas suas partes íntimas abaixo.
- Não era suposto satisfazeres os clientes? – ele perguntou, agarrando-a por um pulso sentando-a no seu colo e beijando os seus lábios de forma rude e esfomeada.
- Acho que você está primeiro… e é mais importante… - passou a mão pelo seu peito pouco definido - … e é mais maduro, e mais interessante… - parava cada palavra com a combinação da sua respiração e o passar suave dos seus lábios no seu pescoço. - … só depois vêm os seres mais baixos e mais rascas… - terminou beijando os seus lábios, escapulindo uma das mãos para o interior das calças do patrão.
- Gosto disso… – levou a mão às fitas que prendiam as meias rendadas às cuecas mínimas que Marinne usava e rebentou-as à bruta como costumava fazer. Pegou nela e atirou-a sobre a secretária encaixando-se entre as suas pernas morenas. - … Hannah. – acrescentou. Marinne teve um colapso e afastou-o à bruta do seu corpo.
- Seria pedir muito que não me chamasse isso?! Consigo não sou a Hannah, sou a Marinne. – olhou-o furiosamente aproximando-se aos poucos dele, que se mantinha encostado à parede. – Custa muito?
- Não. – ele respondeu meio ofegante pela dominância que Marinne mostrava, estava excitado com isso.
- Então faça o favor! – atirou-se contra ele e rasgou-lhe os botões da camisa arrancando-lha do corpo.
- Faço o favor se tu encontrares a Hannah. – respondeu ao seu ouvido agarrando-a pelo rabo, voltando a pô-la de encontro à secretária e a encaixar-se nela. Rebentou todos os outros pormenores que ela trazia vestidos e não lhe deu tempo aos lábios de lhe responder até ele próprio estar despido o suficiente para se fazer ouvir dentro dela. Penetrou-a. – Encontra-la?! – perguntou a uma nova investida.
- Como quer que eu faça isso? – perguntou trincando os lábios a meio, visto que tentava racionalizar a resposta ao mesmo tempo que os arrepios deleitados começavam a percorrer o seu corpo.
- Inventa. Ela não pode ter desaparecido… - tentou controlar a respiração e abrandou o ritmo a que a possuía - … do mapa. Desenrasca-te e podemos continuar a ter estes momentos. – dobrou-se sobre o corpo suado dela e encostou a cabeça ao seu pescoço. Estava quase.
Marinne não sabia que estado de espírito devia adquirir. Ora se sentia contorcer em prazer e no suor de Charles, como uma raiva descomunal se apoderava de si, escrevendo-lhe no coração que ele a usava. Gritou abafadamente quando se sentiu chegar ao limite e olhou Charles que, apesar de o trabalho estar completo, não saiu do seu interior.

- Procura-la, ou não? – forçou o seu corpo a entrar de forma pesada no dela e ouviu-a gemer, mas desta vez não foi de prazer.
- Sim. – encolheu-se e tentou empurrá-lo, mas nada feito. – Mas o James não a encontra, por raio hei-de eu conseguir? – tentou perguntar.
- Não refutes. – entrou nela novamente de forma bruta. – Faz e cala-te! – Marinne deixou que uma lágrima abandonasse o seu posto escondido e sentiu-se pulsar de forma demasiado intensa por dentro.
- Está bem. – concordou. Charles penetrou-a mais um par de vezes, mas desta vez carinhosamente, o que não dava a entender que aquela parte da cena teria sido antecedida de tortura.
- Obrigado. – beijou-lhe os lábios e vestiu-se, vendo-a sair do seu escritório a coxear.

Soltou uma gargalhada feliz e sentou-se na cadeira, se tudo corresse bem Marinne iria procurar por todo o lado possível e imaginário e Hannah seria sua em breve.

sábado, 6 de novembro de 2010

[38]

Cá está o próximo. Este sinceramente é um bocado palha mas não deixa de ser curioso. O próximo segundo as minhas contas poderá trazer bombas (a). Beijinho*

- Não quero!
- Porquê?
- Porque não quero! – Ryan refilava pela quinta vez naquela tarde. Nada parecia arrancá-lo do mesmo sítio.
- Isso não é resposta! – Beatriz já estava pelos cabelos, os rapazes estavam em concerto há uns meros cinco minutos e ela queria aproveitar para dar uma vista de olhos pela cidade afinal Madrid era quase lendário, mas Ryan não cedia por nada.
- É! – amuou e saiu da sala disparado. Estava chateado e não sabia com o quê. Estava frustrado, estava a começar a ficar cansado daquela vida. Pára aqui, dormir ali, vira e revira. Sentia-se maçado, cansado de todo o esforço que lhe era exigido sem que ele quisesse. As primeiras semanas eram só novidades, o Tom era sempre seu quando ele queria e agora isso já não acontecia. Não sabia se era o desenrolar de toda aquela viagem gigante e de todos os concertos que ouvia dos Tokio Hotel, mas não queria estar mais ali.
Beatriz foi atrás dele.
- Ryan, volta aqui imediatamente! – ordenou.
- Não! – berrou-lhe encostando-se a uma parede cedendo às lágrimas que não sabia porque saiam. Estava confuso. Sentou-se sob o olhar de Beatriz e de Sofia que chegava agora ao pé de si.

- Que se passou? – perguntou.
- Está numa fase certamente. – bufou. Não suportava discutir, e muito menos suportava discutir com o seu pirralho de 4 anos. Colou a testa à parede e respirou fundo, dirigindo-se depois a Ryan. Ao ser humano que parecia ter muito mais idade do que na realidade tinha. Beatriz interrogava-se várias vezes sobre as respostas que ele tinha na ponta da língua e que uma criança da idade dele nunca saberia dar. Ryan interessava-se pelas letras e pelos números de uma maneira apaixonante e, apesar de ainda não saber ler, já soletrava algumas coisas e sabia contar até dez sem se perder ou hesitar, na perfeição. Sofia dizia-lhe vezes sem conta: “O puto é sobredotado, tu vais ver quando ele começar a escola!”, mas Beatriz não queria acreditar nisso. Iria ter um geniozinho entre mãos? Não sabia se isso era bom ou se era mau.

Sentou-se ao lado dele sem proferir palavra, sabia que nestes casos o melhor era mesmo tratar o pirralho como um quase adulto em miniatura.
- Porque é que não queres ir, Ryan? – perguntou calmamente.
- Não quero. – respondeu de imediato.
- Mas tem que existir uma razão…
- Podemos ir para casa? – olhou a mãe pela primeira vez e Beatriz viu as suas lágrimas cristalinas.
- Tens saudades de casa, amor? – perguntou rodeando os seus ombros com um braço, puxando-o para o seu peito.
- Sim, e dos meus amigos… quero estar com eles. – confessou. – Podemos ir? – perguntou novamente, passando para o colo de Beatriz aninhando-se como usualmente fazia.
- Mais 2 semanas, Ry nem tanto. É pouco tempo…
- É? – perguntou.
- É. – ela confirmou. – E vais ver mais cidades e mais luzes e cores. – disse sabendo que captaria a atenção dele. Ryan suspirou.
- Está bem. – acabaria por ceder como sempre acontecia quando a envolvida era a mãe, podia ter sempre muitas respostas mas, no fim, aquilo que a sua mãe lhe dizia acabava sempre por fazer algum sentido e ele aceitava a escolha que era feita por si.
Beatriz deu-lhe um beijo sobre os cabelos e levantou-se, dirigindo-se ao camarim com Ryan nos braços.

*

Encostou a cabeça à parede do chuveiro, no luxuoso quarto de Hotel, e limitou-se a sentir as gotas de água escaldante fluírem através do seu corpo cansado e dorido. O final da Tour aproximava-se a passos largos, e apesar de Tom jurar a pés juntos que nunca tinha tido tanto prazer a apresentar algo aos fãs como aquele grandioso espectáculo, isso cansava-o e a cada noite que se recolhia de novo à sua verdadeira identidade a vontade de terminar com tudo parecia maior. No entanto, todas as noites ao subir ao palco onde, na plateia, alguns milhares de fãs esperavam o concerto das suas vidas, esquecia tudo o que era, o que tinha, como se vivia e desfrutava apenas da música que ele e os seus melhores amigos produziam. Cantava, pulava, corria, até quase já se estatelara mas partilhar tudo aquilo com as pessoas que deram significado ao seu sonho era uma espécie de magia. Como ele costumava dizer: “Em palco somos nós, a músicas e os fãs. Os fãs e a música, nada mais importa.”

Desligou o chuveiro e agarrou numa das toalhas mais próximas, secando o corpo das gotas de água que percorriam as curvas do fruto do seu trabalho do ginásio, e não só. Olhou-se ao espelho e teve tendência a sorrir. Podia estar cansado e até farto, mas nada fazia mais sentido no mundo do que aquilo.
Vestiu um par de boxers e dirigiu-se ao quarto conseguindo distinguir a elegante silhueta da namorada já por entre os lençóis brancos da cama.
- Acordada? – perguntou num murmúrio abraçando a barriga dela com cuidado, aconchegando-se contra o seu corpo.
- Sim… - Beatriz respondeu numa voz bastante audível mas ainda assim murmurada, e virou-se para ele.
- Está tudo bem? – deu-lhe um simples beijo na testa e colocou uma madeixa de cabelo atrás da sua orelha. – O Ryan…
- Sim, foi uma crise. Aquilo passa. – sorriu, beijando-o.
- Esperemos, é que não me apetece nada ficar sem o meu aprendiz na fase crucial! – brincou fazendo-a soltar uma gargalhada e aconchegar-se mais em si.
- Não vais ficar… - disse - … amanhã estamos onde? – perguntou.
- Amanhã vamos de viagem até Lisboa e depois de amanhã actuamos e regressamos à Alemanha para a última semana de concertos. – explicou.
- Parece-me bem. – Tom beijou-lhe novamente os lábios.
- Mas agora vamos dormir.

(…)

- Não consigo. – Ryan bufou quando pela quarta vez consecutiva não conseguira fazer o que Tom lhe pedia. Parecia demasiado complicado pôr os dedos daquela maneira específica e ter que os manter naquela posição alguns segundos. Simplesmente não conseguia.
- Consegues sim, anda lá. Mais uma vez. – olhou o pequeno sentado à sua frente num dos bancos do Tourbus.
- Chato. – voltou a tentar colocar os dedos da maneira que lhe tivera sido explicada, mas simplesmente não acertava de facto naquilo. – Não dá! – refilou.
- Dá sim, Ryan! – levantou-se, também já algo frustrado, e mostrou-lhe como se devia fazer, usando os dedos do pequeno. – Põe a mão assim e coloca os dedos nesta posição! – ordenou. Ryan olhou-o, não sabia bem se com medo ou qualquer outro tipo de sentimento mas Tom intimidara-o naquele momento como nunca tivera feito antes. Decidiu-se a acatar a ordem de Tom e seguiu á risca os passos. Conseguiu. – ‘Tás a ver? Tu consegues! – Tom sorriu-lhe.
- Sim! – Ryan sorriu-lhe também e abraçou-se à cintura de Tom, visto estar à sua altura.

- Bea, viste o meu estojo de maquilhagem? – perguntou Sofia, dirigindo-se a ela.
- Não. – respondeu encolhendo os ombros.
- E não tens ideia de onde o possa ter deixado?
- Não. – respondeu novamente mais interessada no filme que na amiga.
- Tu sabes, Bill? – desta vez dirigiu-se ao namorado.
- Não. – ele respondeu olhando também o filme.
- Não o viste mesmo? – insistiu – Partilhas quarto comigo!
- Não sei, amor. – Bill respondeu olhando-o por meros segundos mas voltando imediatamente a cabeça até ao filme.
- Foda-se. – refilou baixinho.

- Foda-se! – Ryan exclamara. Nunca tivera ouvido aquela palavra na vida e parecia-lhe extremamente interessante de dizer. Beatriz, Tom, Bill e Sofia olharam o rapaz. – Foda-se. – ele repetiu e todos, à excepção de Beatriz, se alarmaram ainda mais.
- Isso não é pa… - Tom ia a falar mas Beatriz cortou-o.
- Cala-te! – Tom olhou-a, sem perceber. – Se lhe dizes que não é para dizer ele vai estar constantemente a dizê-la! – explicou em murmúrios de modo a que apenas os adultos ouvissem.
- És capaz de ter razão… - Bill falou.
- Ignorem-no quando ele disser isso. Vai perceber que não há reacções e esquece.
- Tu percebes mesmo disto. – Sofia olhou-a.
- Acho que é suposto. – encolheu os ombros e olhou o filme, não ligando ao filho que continuava a explorar a palavra a ver se mais alguém tinha qualquer tipo de reacção. No entanto, Ryan apercebeu-se que ninguém lhe ligava nenhuma e decidiu-se a sentar-se novamente no chão a praticar o acorde que Tom lhe tinha ensinado.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

[37]

Peço imensas desculpas mas a escola mata-me, não me tira todo o tempo do mundo, mas mata-me. Tive teste na sexta e hoje outro e não tive grande tempo de acabar de escrever este capítulo, já para não falar que tive uma paragem de imaginação aguda ._. Mas pronto, ele vem com um atraso, no mímino, gigante, mas vem :p
Portanto, não digo que seja totalmente necessário mas é um capítulo importante. Eu é que não gosto dele, mas coise, divirtam-se.


Subiu novamente ao palco fingindo ser quem não era. O cabelo que agora era avermelhado em vez de castanho, os olhos que normalmente seriam do seu azul e agora eram constantemente tapados por lentes de contacto escuras, o corpo que parecia não ser o seu e o salto mortal que teve que aprender a fazer deixavam o seu inconsciente louco. Não sabia bem o porquê de Hannah ter abandonado o clube, mas não tinha certezas de ter sido inteligente fazê-lo.

Saltou do palco naquilo que marcava a personalidade de quem encarnava e deixou o corpo descansar contra a parede negra traseira ao palco. Não fora feita para o ritmo dos outros, e por muito boa dançarina, stripper ou o que quer que seja que lhe chamassem não tinha jeito para ser quem não era. Respirou fundo e ajeitou a lingerie, passando pelo camarim e entrando na zona restrita: a porta entreaberta de Charles. O seu patrão deixa-a extremamente acesa por dentro e não descobria porquê. Sinceramente, só tinha aceitado fazer o trabalho porque ele lhe pedira.
- É seguro entrar? – Charles elevou a cabeça ao sentir uma voz feminina e extremamente sensual dirigir-se a si. Olhou Marinne e viu nela aquilo que idealizava de Hannah.
- Sim, mas só se fechares a porta. – sorriu maliciosamente e contornou o seu corpo ao vê-la virar-lhe costas e trancar a porta. – Estás à procura de diversão? – perguntou levantando-se da cadeira dirigindo-se a ela, enlaçando-a pela cintura.

Marinne tinha uma panca estranha por homens mais velhos e ligeiramente terroríficos desde adolescente. Os seus 24 anos pesavam-lhe nos ombros com muitos casos diferentes, e foi por isso mesmo que enveredou naquele ramo. Ao contrário da maior parte das dançarinas e acompanhantes de luxo existentes naquele clube, ela era uma das poucas que decidira trabalhar ali e fazer aquilo da vida, por vontade própria.
Enlaçou o pescoço de Charles com os braços e levou os lábios aos dele. Deixou-o romper a sua roupa e a sua barreira de intimidade na sua forma mais brutal possível e retirou prazer físico e psicológico disso. Era daquilo que gostava e era daquilo que planeava viver.

(…)

Sentou-se confortavelmente na cadeira existente na varanda, precisava de descansar da caminhada que fizera com Ryan e Sofia pela bela cidade de Paris. Todos os monumentos, os sorrisos que via na face de cada pessoa por quem passava, a quantidade infindável de línguas que ouvia falar sem perceber o mínimo tinham-na fascinado. A sua vida nunca a permitira viajar, levar uma vida de luxos e coisas boas mas agora que as tinha alguém estava sempre a sussurrar-lhe ao ouvido que aproveitasse. E ela aproveitava, ela e Sofia que levavam Ryan pelas mãos a dar uma pequena volta em todas as cidades que passavam e onde tiravam fotografias para mais tarde recordar.
Tinham dado uma volta por Paris durante o dia e à noite durante o concerto dos rapazes, aquilo era lindo.

Sentiu Ryan e Tom entrarem no quarto e tentou-se a levantar-se para ser ela a deitar o filho, mas Tom já quase tinha tornado essa função como um dos seus hábitos e Ryan agradecia bastante com o olhar. Notava-se no seu sorriso e na sua felicidade extrema de ser pequenino e ainda assim bastante inteligente, que toda aquela situação o preenchia por dentro.
Sorriu a si mesma e olhou a Torre Eiffel pintada ao fundo no negro mar de luzes brilhantes. Aquela vista era linda e enchia o seu peito de uma felicidade desmedida, fazendo-a esquecer todo o seu percurso até ali, todo o percurso que necessitava ser mesmo esquecido. Levantou-se e respirou fundo sentindo o ar frio da noite parisiense invadir-lhe os pulmões. Encostou o corpo aos limites de ferro e suspirou. Podia, sem dúvida alguma, dizer que era feliz.

Sentiu uns braços rodearem a sua cintura e uns lábios metálicos beijarem o seu pescoço da maneira mais doce que alguma vez se tinha apercebido.
- Não é bonito? – Tom perguntou apertando mais o seu corpo contra o dela.
- Completamente. – sorriu e descaiu a cabeça sobre o ombro de Tom, abraçando as suas mãos. Ele beijou-lhe a bochecha.
- Pede um desejo. – Tom pediu.
- Porquê? – Beatriz perguntou sem perceber qual era o objectivo dele.
- Pede um desejo, só isso. – sorriu.
- Em voz alta?
- Não, então depois não se realiza! – Beatriz riu-se da rapidez com que ele respondeu.
- Ok. – fechou os olhos e respirou fundo. Não sabia o que desejar, não sabia se queria mais alguma coisa na vida do que aquilo que já tinha. Tinha uma família feliz e era rodeada de pessoas com óptimos valores e objectivos de vida e estava livre da sua morte psicológica certa! Não encontrava nada que quisesse desejar. – Não sei o que pedir.
- E queres que eu te faça desejar? – perguntou em forma de sussurro ao seu ouvido, arrastando os lábios pelo seu pescoço provocando-lhe arrepios.
Beatriz virou-se para ele e perfurou os seus olhos, conseguindo sentir aquilo que Tom sentia no momento. Beijou-o e deixou que os movimentos instintivos que possuía quando o corpo de Tom envolvia o seu daquela maneira, tomassem conta do seu pensar.
- Quero. – sorriu-lhe ao quebrar o beijo. Tom riu-se, ela tinha percebido a indirecta.
- Nada melhor que fazer amor contigo na cidade do amor. – Tom sorriu e beijou os seus lábios agarrando-a pelas ancas.

(…)

Estavam a quatro semanas de Tour, faltavam outras quatro.
As relações mantinham-se e estavam cada vez mais fortes; Ryan já arranhava uns pouquíssimos toques na guitarra e Tom sentia-se totalmente orgulhoso disso.

Estavam sentados os cinco do costume no autocarro que fazia a ligação entre os países nórdicos onde os Tokio Hotel fariam a próxima semana de concertos.
- Não queres tocar Ryan? – era Sofia. – Eu ainda não te ouvi! – Ryan sorriu e rapidamente se levantou do sofá, largando o livro que fingia ler, passando apenas as imagens, para ir buscar a guitarra ao andar de cima do autocarro.
Desceu num ápice e sentou-se no chão, de pernas à chinês, com a guitarra entre as pernas. Tinha ganho uma nova paixão, um novo amor, uma nova coisa para puder alcançar. Gostava do som que ouvia quando passava os dedos pelas cordas da guitarra e adorava os incentivos vindos da mãe e de Tom para que continuasse. Estava fascinado com o novo brinquedo que parecia dar-lhe uma luz diferente aos olhos negros.

Não sabia como começar, sentia-se até algo nervoso afinal a plateia não simplesmente Beatriz e Tom e a história não se passava num quarto de Hotel totalmente selado. Estava rodeado por dois novos elementos que nunca o tinham visto tocar, estava nervoso.
Olhou Tom, estava bloqueado e sem qualquer reacção possível. Precisava de ajuda.

Tom sorriu, percebeu o que se passava, ele próprio já tinha sentido aquilo, é certo que muito mais velho, mas sabia que Ryan sentia que aquilo era uma primeira actuação em miniatura e os nervos apoderaram-se de si. Já para não falar que a timidez era vincada na personalidade do pequeno. Tom levantou-se e sentou-se ao lado dele, sendo seguido pelo olhar dos presentes que não percebiam o porquê de Ryan não se mexer.
- Não vais tocar, Ry? – fora Bill que fizera a pergunta.
- Não quero. – Ryan murmurou escondendo a cabeça no grande casaco de Tom. – Vai sair mal. – murmurou novamente. Tom sorriu e afagou-lhe os cabelos, olhando-o nos olhos.
- Só estás a aprender, minorca, é normal. A mim também me aconteceu. – Ryan mexeu-se curioso.
- Sim?
- Sim. – Tom sorriu-lhe e depositou-lhe um beijo sobre os cabelos negros. – Toma. – passou-lhe novamente a guitarra. – Vão todos adorar. – preparava-se para se levantar mas a meio Ryan puxou-lhe as calças.
- Fica aqui, por favor. – pediu sério, olhando-o quase em desespero.
- Eu fico. – sentou-se e despenteou-o. – ‘Bora.

Beatriz estava mais uma vez totalmente absorvida nos movimentos daqueles dois. Compreendia o medo de Ryan, conhecia-o melhor que ninguém e aquilo era uma experiência nova para ser exposta a tanta gente. Mesmo conhecendo quem ali estava, a confiança tremia dentro do pequeno, e ela podia ver isso nitidamente.
Deixou-se ficar a ver a cena terna que se exibia sob os seus olhos e sorriu. Era impossível não sorrir e sentir-se completa por Ryan.

Ryan não tocava nada do outro mundo, sabia apenas um acorde e tinha que ser com a ajuda de Tom, mas já conseguia fazer ritmos e adorava achar que sabia fazer muita coisa. Não foi preciso muito tempo para que se libertasse e deixasse o seu sorriso expandir-se até contagiar os restantes.
- Boa! – Sofia levantou-se e bateu palmas. Ryan, divertido, levantou-se e fez vénias deixando todos com a gargalhada na voz, mas envergonhado saltou para o colo da mãe e encostou a cabeça no seu peito.
- Parabéns, amor. – Beatriz sussurrou-lhe ao ouvido, fazendo-lhe festas pelos cabelos.
- Gostaste? – perguntou olhando a mãe, orgulhoso de si próprio.
- Sim. – beijou-lhe a testa. – Tens futuro. – fez-lhe cócegas na barriga e Ryan riu-se contorcendo-se no seu colo.
- Cavalinho! – do nada lembrou-se e colocou uma perna de cada lado da cintura de Beatriz, obrigando-a a abanar as pernas até ele se sentir suficientemente cansado e adormecer contra o pescoço dela.