segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

[45] - Último

Ora e chegámos ao último, custou mas foi! Sinceramente espero não desiludir ninguém e espero que gostem. Acima de tudo tenho a agradecer-vos por me terem aturado e por continuarem a ler e comentar a história mesmo quando me dava a preguiça de cérebro e não conseguia escrever. Obrigada mesmo.
Outra coisa, todas pensavam que a Bea tinha morrido e sim era esse o meu principal suposto desde que comecei a escrever a história, o objectivo era a Bea morrer com um tiro do Charles, mas eu já estava tão dentro da história que não fui capaz, daí vos ter dito que tinha feito uma alteração de última hora.
Portanto, obrigada e se me der alguma ideia fantástica que dê para desenvolver como deve de ser eu volto.
Beijinho**


Tinha encontrado na guitarra uma forma de vincar a sua forma de ser da melhor maneira possível. Aprendera a tocá-la aos 4 anos, pelas mãos do seu pai, e aos 6 já sonhava em seguir os passos dele: ser guitarrista numa das bandas mais reconhecidas de sempre da história da música.
Hoje, com 17 anos de idade, Ryan concretizou o seu sonho. Até ali tocava com a sua banda em bares e pequenas salas pela Alemanha. Agora, com um contrato discográfico à sua medida, a coisa começou a aquecer e as mais consagradas salas europeias esperam-nos.

- Tens tudo? – Tom perguntou olhando o rapaz de olhos negros e agora cabelos vermelhos que media quase a sua altura.
- Sim, acho que sim. – sorriu pousando a sua mochila no chão da sala.
- Preparado? – não resistiu a rir ao ver a expressão de nervosismo que o seu minorca, agora gigante, tinha no rosto. Tinha sido giro vê-lo crescer, acompanhá-lo em todos os passos, rir e chorar com ele, tinha sido uma das experiências mais marcantes e quem sabe a melhor que alguma vez Tom tivera até ali.
- Sinceramente? – torceu o nariz – Não. – bufou. – Eu acho que vou morrer e ainda por cima a Silvie é uma complicada de primeira, chiça! – refilou.
- Mas canta bem senão não era a vocalista, por isso tens que te conformar e lidar com isso… - disse - … e além disso é super gira, - acotovelou o filho – se fosse a ti não refilava muito que assim ainda tinha o direito de dar umas voltinhas nela! – Ryan riu-se, algum dia teria conseguido crescer se Tom nunca tivesse aparecido na sua vida? Provavelmente sim, mas nunca da mesma maneira. Mesmo não sendo seu pai de sangue sempre tiveram partilhado o amor incondicional que existe entre pai e filho e, se calhar, até mais que isso.
- Já não tens a minha idade, não tens direito de dizer essas coisas! – voltou a rir, fazendo Tom rir consigo.
- Se tu soubesses para aquilo que eu tenho idade não dizias isso!
- Pai! – advertiu.
- Já não está cá quem falou. – riu-se novamente, e desta vez abraçou o rapaz. – Boa sorte, minorca. – sorriu.
- Obrigado, pai.


- Alguém me ajuda?! – Beatriz chegou ao hall de entrada com sacos de compras.
- Para quê? – Ryan e Tom perguntaram em uníssono aproximando-se da porta da sala.
- Com isto. – ela olhou-os e elevou meia dúzia de sacos nas mãos.
- Para quê tanta coisa, amor? – Tom perguntara, pegando nos sacos pousando-os na sala.
- Realmente óh mãe… - Ryan coscuvilhou imediatamente os sacos sendo atacado pela irmã. Stacey tinha 6 anos de idade e era o membro mais novo da família.
- Manooo! – berrou com um sorriso.
- Manaaaa! – ele brincou com ela rindo-se e despenteando-lhe o cabelo.
- Hey! – refilou.

Beatriz riu-se dos dois, amava aqueles dois pirralhos com todas as forças do seu ser. Tinha orgulho na maneira como eles cresceram e como se moldavam ao mundo de uma maneira fantástica. E o mais claro de tudo é que nunca podia descurar Tom da ajuda e do amor que dava aos filhos e a ela mesma. Era feliz e gritava-o aos sete ventos sem ter medo que alguém ouvisse. Não se importava com nada exterior a eles.

Ryan sentou-se no chão vasculhando os sacos.
- Eu nunca diria que tens 17 anos e que vais viajar com a tua banda pela Europa! – Beatriz gozou o filho ao vê-lo naquela figura.
- Ai que graça que ela tem! – respondeu. Tom riu-se deles. Aprendera tanto à medida que crescia com eles…
- Mas o que é que tens mesmo aí? – Tom perguntou, pegando em Stacey ao colo, visto ela ter pedido.
- Nada de interessante. – fora Ryan que vira o conteúdo dos sacos, não encontrando nada que lhe agradasse.
- Trouxe-te isto. – Beatriz estendeu ao filho mais velho duas caixas de preservativos.
- Pensei que isso não era para mim. – Ryan não sabia se havia de rir ou nem por isso.
- Fizeste bem em trazer-lhe isso, qualquer dia a Silvie decide-se! – Tom riu-se, beijando os lábios da namorada, pousando Stacey.
- Estou lixado. – Ryan levou uma mão à testa.
- E enquanto ela não se decide tu divertes-te com cuidado. – Ryan olhou-o. – Nunca ouviste dizer “enquanto não encontrares a certa diverte-te com as erradas?” – Ryan voltou a fazer-lhe um olhar do género “não gostei”.Ok, eu calo-me! – elevou as mãos no ar em defesa.
- O que é aquilo? – a pequena apontou as caixas e curiosa, como sempre, perguntou.
- Não é para a tua idade, miúda! – respondeu Ryan, arrumando as caixas na mochila. Talvez até dessem jeito.
- Ah, eu já sou crescida! – refilou.
- Salta uns aninhos na escola e depois a gente conversa, ok?
- Não fales assim com a tua irmã. – Tom disse-lhe. Ryan bufou.
Tal como Sofia houvera previsto Ryan mostrara-se sobredotado logo no 1º ano escolar, hoje com 17 anos já estava no segundo ano da faculdade em informática. No entanto, não era a sua área de maior interesse, e era por isso mesmo que ia em Tour com a banda. Ter crescido com Tom e toda a sua habilidade para a guitarra, para o espectáculo e para a música desenvolveu nele também esse bichinho. A faculdade o mais provável era nunca terminá-la.

A campainha tocou.
- Tiaaaaaa! – Stacey saltou para o colo de Sofia e seguidamente fez o mesmo a Bill, mas não sem antes cumprimentar o primo dois anos mais velho que ela.

- Ai Ryan anda cá! – Sofia abraçou-o pelo pescoço. – Ainda ontem andavas a correr pela casa com a minha maquilhagem nas mãos e hoje vais em viagem sozinho. – olhou-o. Sentia alguma nostalgia, claro que sim, era impossível não sentir afinal viu-o crescer e sempre o apoiou à medida que Beatriz e Tom lhe contavam todo o passado recôndito. Nunca pensara que ele reagisse tão bem aos factos reais de quem era o seu pai verdadeiro e o que ele fizera, mas a realidade é que, à parte de o ter querido matar, sempre aceitou a situação da melhor maneira possível.
Ryan riu-se.
- Essa da maquilhagem tem graça, sinceramente continuo sem perceber porque raio vocês – e apontou as mulheres daquela casa e Bill – se maquilham, mas ok. – sorriu. Sentiu a sua camisa ser puxada. – Peter. – sorriu ao primo. – Faz-me o favor de tomar conta desta gente toda enquanto eu não estiver, ok?
- Ok. – o pequeno de cabelos loiros e olhos verdes, iguais aos da mãe, riu-se e abraçou-o.

Ryan era literalmente o ponto-chave daquela família. Tinha sempre uma palavra amiga para todos e um sorriso resplandecente no rosto.
Ouviu-se uma buzina.
- É a minha deixa! – abraçou novamente cada elemento presente naquela sala, em especial a sua mãe, e dirigiu-se ao jardim onde, do outro lado do portão, uma carrinha o esperava juntamente com os outros membros da banda. Tom seguiu-o e fechou a porta atrás de si.
- Juízo, puto. – avisou uma última vez, pousando-lhe as mãos nos ombros.
- Pai, eu não sou nenhuma criança e além disso são só 2 meses, não pode acontecer nada de mais. – assegurou.
- Eu tenho essa vida, minorca, é escusado dizeres-me isso e tentares tapar-me os olhos porque não resulta. – falou sério. – Mas vá aproveita lá a miúda! – riu-se. Ryan revirou os olhos.
- A Silvie outra vez?
- Eu já te disse que isso vai dar molho! – insistiu.
- Já deu molho, mas não vai passar disso! – desbocou-se.
- Eu sabia! – Tom descascou-se a rir. Era notório o clima que existia entre aqueles dois. – Não percebo porque continuavas a negar. – Ryan levou as mãos à cabeça. – Gostas dela?
- Pai, por favor. – pediu, não era muito dado a falar dos seus sentimentos.
- Ok, ok. – riu-se novamente puxando o mais baixo para o seu abraço. – Liga quando chegares ao hotel senão a tua mãe dá em doida. – beijou-lhe suavemente a testa. – Boa sorte.
- Obrigado. – o sorriso sincero do costume que Tom sempre se habituara a ver ali estava, mais vivo que nunca. Ryan estava visivelmente feliz e Tom ficava feliz ao saber que ele tinha seguido as suas pisadas. Não sabia os porquês mas Ryan era para si uma das pessoas mais especiais de sempre.

- Aproveita a Si! – Tom berrou, gozando-o, ao vê-lo abrir o portão. Ryan olhou-o.
- Parvo. – murmurou com um sorriso, sabia muito bem o que Tom pensava. Fechou o portão e observou a carrinha vendo Silvie do lado de dentro. Sim, gostava dela mas e depois?

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