domingo, 12 de dezembro de 2010

[43]

Acabei de fazer uma alteração de última hora porque não fui capaz de escrever o final que pretendia, estou demasiado in história para isso. Como tal, não sei quando vem o próximo, mas espero que muito em breve até porque amanhã acabo os testes. Para já fica o 43.
Obrigada!


Tinha saído de casa naquele preciso momento (apenas com Tom, no final de contas) e tinha logo que dar de caras com a pessoa que menos queria ver à frente.
- Que queres? Lixar-me de vez? – perguntou a Marinne, Tom não percebeu o porquê de ela se dirigir à rapariga daquela maneira.
- Não, quero avisar-te.
- Ah sim, claro. – disse ironicamente – Andas a foder o teu próprio patrão que te paga em sexo por informações minhas e estás agora a dizer-me que me queres avisar?
- Sim, o Charles sabe que andas com o Bill Kaulitz e…
- Ela não anda com o Bill Kaulitz! – foi Tom que se meteu na conversa, interrompendo-a. Marinne olhou-o. – Anda comigo. – respondeu à pergunta silenciosa que ela fizera.
- Ok, foi erro meu então. – disse apesar de não muito confiante. Aliás confiança era algo que não se notava em nada, quer no que Beatriz dissesse quer no que Marinne dissesse.
- O que é que queres? – Tom perguntou. – Se já fodes o teu patrão que raio queres dela? – apontou a namorada.
- Não é só o foder o meu patrão como vocês dizem, mas também tenho sentimentos, ok? E dispenso que ele os fira desta forma… - baixou as guardas por momentos. Sim, gostava do aldrabão, parvo, insensível, feio, mal-encarado que era o patrão mas sempre soube que não se escolhia o que se sentia. Tinha, até certo ponto, pena de si mesma por gostar tanto dele, mas sinceramente às vezes achava que merecia essa pena. Nunca devia ter vendido o corpo daquela maneira, nunca devia ter procurado, por vontade própria, aquele trabalho. - … e se não o consigo ter eu, ele não vai ter mais ninguém. – olhou Beatriz. Apesar de tudo não queria que ninguém tocasse naquilo que o seu coração tomava como propriedade.
- Não te preocupes que certamente não vou ser eu.
- Eu sei, mas ele tem uma obsessão marada por ti, só respira tu por todo o lado, enerva e acima de tudo magoa ouvi-lo gemer por ti quando quem o está a comer sou eu. – disse meia confusa.
- Que nojo. – Beatriz murmurou respirando fundo. – Eu vou falar com ele, não quero saber.
- Faz o que quiseres só decidi vir avisar-te, nunca se sabe o que é que ele pode fazer. E além disso despediu o James, era ele que te protegia dentro do clube não era? – Beatriz acenou afirmativamente trocando um olhar cúmplice com Tom. - Pois, eu suspeitava e disse-lhe. Ele despediu-o.
- Eu sei.

Tom olhou-a, estava extremamente vulnerável e toda aquela história do James ter sido despedido por causa daquilo estava a deixá-lo confuso. Abraçou Beatriz pelos braços e beijou-lhe a cabeça. Não sabia bem o que se passava ali mas estaria sempre lá para Beatriz.
- Queres mesmo ir? – perguntou nem dando conta que Marinne acabava de os abandonar.
- Não sei. – Tom sentiu-a tremer contra si assim que o abraçou.
- Podemos esperar o tempo que quiseres. – sussurrou.
- Não, vamos agora. – deu um passo em frente e levou Tom consigo pela mão até à rua em frente.

A fachada gigante, escrita em letras negras sobre um fundo verde com a palavra Magnólia escrita trazia recordações aos dois, boas e más.
Tom tanto podia agradecer àquele clube por ter trazido Beatriz à sua vida como podia querer desfazê-lo aos bocadinhos por lhe ter dado aquelas condições de vida.

Entrou com ela e quase como que de imediato entraram os dois na sala onde Charles permanecia com o gelo na cabeça.

- Boa tarde. – a voz de Beatriz fez-se soar pelo compartimento e Charles imediatamente rodou a cabeça na direcção da porta para esboçar um sorriso, não só de contentamento como também, altamente perverso.
Tom teve a sensação que ia vomitar. Só o cheiro que existia dentro daquela sala o fazia desejar sair dali, já para não falar do sorriso e do olhar que ele lançava à sua Beatriz. Agarrou-lhe a mão e não a largou por um minuto.
- Hannah. – a voz de Charles soou e Beatriz sentiu-se arrepiar de medo. Em que raio se estava a meter?
- Não sou a Hannah, não vou voltar a sê-la, deixei de estar ao seu comando e tenho vida própria. Estou-me a lixar para o clube e para os seus clientes, não quero saber de mais nada e se você faz alguma coisa que seja contra mim ou contra aqueles que me rodeiam entrego-o à polícia. – despejou olhando-o nos olhos sem saber bem como.
- Entregas? Como, amor? – riu-se pousando o gelo sobre a mesa aproximando-se dos dois. Beatriz recuou imediatamente sendo puxada por Tom.
- Eu aconselhava-o a manter-se quietinho no seu sítio porque senão antes da polícia faz uma visita ao hospital local, parece-lhe bem? – Tom respondeu. Se era confronto que ele queria e se Beatriz queria acabar com aquilo de uma vez por todas ele não ia ficar de braços cruzados, iria ajudar.
- Agora tens defensor é, Hannah? – voltou a perguntar prolongando-se no seu nome falso.
- Não é meu defensor, é meu namorado e pai do meu filho. – não sabia se havia de dizer aquilo, mas saiu-lhe.
- O pai do teu filho sou eu. – disse confiante.
- Não, a única pessoa que tem direito a ser pai do Ryan é ele. – apontou Tom. – Você abandonou-o, nunca quis saber dele, subornou-me e agora diz-me isso? Não brinque com o fogo senão queima-se.
- Se tu fores o fogo tenho total prazer em me queimar… - riu-se molhando os lábios com a língua à medida que voltava a tentar uma aproximação. Tom pôs-se entre eles e deu um murro no nariz de Charles. – Então?! – perguntou, fora apanhado desprevenido.
- Não se meta com ela. – avisou calmamente de punho cerrado vendo-o cambalear na sua direcção. – Isto se não quer morrer hoje claro!
- A única pessoa que tem a oportunidade de morrer aqui hoje, és tu oh coraçãozinho apaixonado! – gozou-o. Dirigiu-se à secretária limpando o sangue do nariz à manga da camisa e tirou de uma das gavetas uma arma. Uma pistola totalmente carregada. – Tu e quem sabe ela…
- Você é mesmo muito bai… - Tom tentara terminar a frase mas a arma apontada a si fê-lo parar.
Tinha cerca de um metro de distância entre si e a arma mas ainda assim aquilo não deixava de ser assustador.

- Mas és doido?!! – desta vez Beatriz mexera-se atrás de Tom, falando para Charles perdendo a cabeça.
- Sou! Doido por ti e se eu não te tenho mais ninguém tem! Podes ficar com o puto e toda a merda que vem atrás, mas tu, o teu corpo pertence-me! Pertence-me desde o dia em que te vi entrar pela porta desta casa à procura de emprego. Uma rapariga de 17 anos, cabelos vermelhos longos, boas pernas, boas mamas, tudo no sítio… foste minha nessa altura…
- Não diga disparates… - sentiu-se tremer ainda mais e quase perder o equilíbrio, conseguia reviver todos os olhares e palavras dirigidas a si e ao seu corpo naquele dia. Arrepiava, e muito!

Tom sentiu-se quebrar por momentos, o seu coração tremia por aquilo que podia acontecer naquele pequeno espaço, tanto físico como temporal afinal não sabia quanto tempo estariam naquele impasse sem que ninguém saísse ferido. Respirou fundo.
- Quanto quer? – perguntou.
- Quero o quê? – ele perguntou apontando a arma por instantes a Beatriz que se movera em direcção à parede fechando os olhos por momentos.
- Dinheiro. Pago-lhe o que quiser se nos deixar sair.
- Eu não quero o teu dinheironão quero nada teu, a única coisa que quero é ela… - apontou a rapariga.
- ela é minha. – Tom teve a coragem de proferir tais palavras. Era verdade, Beatriz era sua, foi a primeira mulher com quem se envolveu emocionalmente e era aquela que amava actualmente.
- Isso é o que tu julgas! Quem trabalha aqui não se consegue manter fiel a ninguém.
- Eu não trabalhei aqui porque quis mas porque fui obrigada! – ela ripostou.
- E? É a mesma merda, não quero saber. – voltou a apontar a arma a Tom, desta vez à cabeça.
- Você não sabe é nada, é um cabrão de meia tigela que se julga todo bom e o melhor do mundo, ninguém o quer! – Tom atirou.
- Diz isso outra vez e eu disparo. – avisou pondo o dedo mais a fundo no gatilho. Um simples passo em falso e a arma disparava. – E olha que eu não brinco. – estava sério, mas Tom arriscou.
- Você não sabe nada, é um cab… - Beatriz sentiu por momentos o gatilho ser apertado e atirou-se sobre Tom, não se preocupando com as consequências, ouvindo o tiro ser disparado.

Tom sentiu o corpo de Beatriz colar-se ao seu e milésimas de segundo depois de ouvir o tiro, a pressão que Bea fizera sobre si era demasiada.

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