sábado, 25 de setembro de 2010

[27]

Desculpem a trampa de capítulo, eu própria não gosto dele mas acaba por ser importante. De qualquer das maneiras o próximo poderá ser mais interessante, ou não x)


A campainha tocou em casa dos Kaulitz e Bill desceu atabalhoadamente as escadas dirigindo-se ao irmão que estava na sala, ainda em boxers e descalço, meio a dormir e de televisão acesa.
- Tom! – chamou por ele abanando-o.
- Hum…? – ele emitiu.
- Vai dormir para cima. – ordenou.
- Vai tu. – virou-se no sofá de modo a ajeitar o corpo confortavelmente e a adormecer.
- O caraças! – puxou pelo corpo dele e Tom aterrou no chão. A campainha soou novamente. – Anda lá, Tom! – disse já farto. – É a Sofia. – informou. Tom acordou de repente, como se o cansaço e a preguiça já não existissem.
- Vais resolver tudo com ela?! – perguntou pondo-se de pé. – Mano, tu diz-me que é desta que vocês… se misturam vá. – disse muito sério pondo-lho as mãos sobre os ombros, desmanchando-se a rir ao concluir a frase.
- Estúpido! Baza! – apontou-lhe as escadas e Tom, como menino bem mandado, obedeceu mas não sem antes mandar um “Olá!” animado a Sofia assim que o irmão lhe abriu a porta.

- Entra, senta-te. – Bill disse-lhe demasiado timidamente fazendo Sofia sorrir-lhe. Era um facto que se sentia sempre bastante há vontade em frente a qualquer rapaz e se fosse necessário ser ela a dar o primeiro passo nunca o negaria. No entanto, a história com Bill Kaulitz não tinha o mesmo pressuposto. Sentia-se nervosa e com o estômago ligeiramente revoltado na presença dele. Sentia formigueiros na coluna cada vez que conseguia pressentir o seu cheiro e, quando os seus lábios tocaram os dele, podia jurar que não habitava certamente naquele mundo mas que fora transportada para um planeta onde apenas eles os dois existiam.
- Obrigada. – sentou-se no sofá de pele. – Então que tens para me dizer? – perguntou-lhe com um sorriso cruzando as pernas desnudadas. Bill observou o seu movimento e não conseguiu conter o olhar. O corpo dela parecia demasiado perfeito para se aguentar tão longe dele. Conhecia Sofia há pouco mais de uma semana e aquilo que sentia por ela parecia aumentar cada vez que o seu olhar cruzava o dela. Parecia que dentro do seu coração se restaurava um calor demasiado aconchegante que a queria apenas a ela, que queria senti-la apenas a ela e Bill não negava que a queria fazer sua de uma vez por todas. Sentou-se ao lado dela e olhou-a.
Sofia sentiu-se consumida por um fogo que jurava nunca ter sentido antes. O olhar hipnótico de Bill tinha-a deixado sem chão e, se não estivesse sentada, seguramente tinha caído. Sentia o corpo ceder a algo que não conhecia e podia jurar que notava o seu corpo inclinar-se involuntariamente sobre os lábios de Bill. Não queria saber das consequências mas amava voltar a beijar aqueles dois pedaços de carne e brincar com o piercing que, sensualmente, Bill possuía na língua. Ele analisou cada pedaço de alma que conseguia ler pelos olhos de Sofia e não se preocupou com nada mais. Colou os seus lábios aos dela e sentiu-se afogar em qualquer coisa absolutamente mágica. Fosse o que fosse que sentia por ela tinha acabado de explodir dentro de si e começado a ganhar uma nova vida reavivando a dele. Não podia negar mais perante o corpo dela que a queria e não só na sua cama. Levou as mãos à barriga de Sofia e sentiu-a arfar ligeiramente, também ela estava tocada por aquele momento e, quando a sentiu rodear o seu pescoço com ambas as mãos, nem se preocupou a controlar os instintos. Deitou-a sobre o sofá e sentiu a sua t-shirt disparar do seu corpo. Quebrou o beijou e olhou-a.
- Não pares agora… - sussurrou-lhe Sofia ao ver o olhar dele demasiado centrado em si e as suas mãos terem parado a busca incessante pelo seu corpo. Tinha Bill Kaulitz no coração e estava desejosa de o ter no seu corpo.

(…)

Tom deitou-se sobre a cama desfeita e encostou-se à cabeceira, acendendo a televisão constatando que estava a ver um filme repetido.
Estava prestes a adormecer depois do filme já ter acabado quando o bater da porta de casa o assustou.
- Mas isto é tudo bruto? – perguntou ensonado, virando-se na cama ajeitando a almofada com ambas as mãos para pousar a cabeça nela, mas não sem antes ouvir passos pesados sobre as escadas revestidas a madeira. – Agora temos cavalos em casa? – sinceramente, aquilo já era o sono a falar. Virou-se mais uma vez sobre a cama desfeita e Bill entrou de rompante pelo seu quarto.
- TOM! – Bill berrou. Tom queixou-se. – A Sofia é qualquer coisa de extraordinário! – disse-lhe sentando-se na cama ao lado de Tom que estava totalmente atravessado sobre os lençóis.
- Parece. – balbuciou.
- E é, Tom e é. – suspirou. Tom endireitou o corpo lentamente e, mais lentamente ainda, sentou-se na cama.
- Misturaram-se? – perguntou bocejando.
- Só pensas nisso, não só? – olhou-o mas não evitou um sorriso pelo termo que o irmão insistia em usar.
- Tu tens falta de sexo, eu só quis ajudar. – respondeu como se fosse totalmente óbvio, espreguiçando-se. Bill olhou-o com cara de parvo. “Porque é que eu ainda não estou habituado a estas coisas?” pensou.
- Já agora, como é que ajudaste? – perguntou.
- Namoro com a melhor amiga da tua qualquer coisa. – olhou-o com os olhos meio fechados.
- Hum. – acenou afirmativamente mas não seguro. – E é mais que qualquer coisa - deixou no ar.
- Bill… - começou chamando a atenção dele - … eu estou a dormir, por isso explica-te já se faz favor. Misturaste-te com ela e agora andam? – perguntou objectivamente.
- No teu ponto de vista, ya. – sorriu.
- Parabéns. – deu-lhe uma palmada amistosa no ombro. – Agora deixa-me dormir. – voltou a deitar-se e desta vez dentro dos cobertores.
- Elas vêm cá jantar hoje. – despachou. Afinal, tinha dito a Sofia para falar com Beatriz e Ryan. Tom voltou a despertar.
- Hoje?! – disse. – ‘Tou a morrer de sono! – refilou.
- Aposto que a Bea te tira o sono todo! – riu-se abandonando o quarto. Tom enfiou a cabeça na almofada. Vá, tinha que concordar com o irmão, Beatriz tirava-lhe tudo quando estava somente com ela. Ainda não sabia o que é que ela tinha de tão especial para se ter entregue daquela maneira. Não acreditava no amor e afirmava-o a todos aqueles que queriam ouvir, mas lá no fundo sempre soubera que, um dia, iria encontrar alguém. Só não sabia que seria tão rápido, que viria com bónus e que era totalmente perfeita.

Suspirou e virou-se na cama, pondo os braços cruzados atrás da cabeça e mirou um ponto no tecto branco, deixando os pensamentos fluírem de maneira mais coordenada depois de mais acordado. Faltava menos de uma semana para a Tour começar e isso para além de ser sinónimo de trabalho e paixão era agora também sinónimo de preocupação, segurança pessoal feita por ele mesmo e metia crianças. Acabava encurralado mas de alguma maneira feliz. Sorriu ao pensar em como seria absolutamente bom e aconchegante acordar todos os dias contra o corpo quente e firme da namorada. Acordar com os lábios dela sobre o seu corpo e poder tê-la quando quisesse e bem lhe apetecesse. Seria certamente a melhor Tour de sempre, mas não pôde deixar de recordar o porquê de Beatriz e Ryan irem consigo. Se alguma vez visse aquele cabrão do Charles à frente certamente que o matava com as próprias mãos. Mexeu-se desconfortavelmente na cama e sentou-se de pernas à chinês a contemplar a televisão onde passava um qualquer anúncio a comida para cães. Expirou o máximo de ar que conseguira e sussurrou para consigo mesmo:
- Vais acabar em enlatados. – o ladrar frenético que conseguia ouvir do outro lado da porta acordou-o dos pensamentos maléficos. – Os animais estão em alta hoje. – não deu para perceber se aquilo fora um remorder ou se uma piada à la Tom Kaulitz, mas das duas coisas qualquer uma serviria para o estado de espírito do guitarrista. Abriu a porta e imediatamente o seu amigo de quatro patas lhe saltou para o colo, obrigando-o a sair do quarto e dirigir-se ao andar de baixo.

Encontrou Bill de volta do fogão a assobiar apaixonadamente. Tom quase pensou ter entrado numa cena de filme, “E daqueles marados.”.
- Bill, não achas que estás mel a mais? – perguntou brincando com o canino.
- Não, Tom. – sorriu-lhe e Tom riu-se.
- Deves-me 400€. – sentou-se frustrado visto o cão o ter trocado pela própria cauda.
- Faz transferência. – respondeu meramente, mas feliz. – Temos que fazer estas apostas mais vezes.
- Estou a ver que sim. – afundou-se na cadeira, desinteressado do irmão mas feito estúpido a olhar o cão. – Porque é que ele faz isto? – perguntou apontando o animal. Bill virou-se para ver para onde Tom apontava.
- Porque é um cão. – respondeu simplesmente encolhendo os ombros. Tom fez um aceno de cabeça como que se, de facto, tivesse ficado esclarecido. “Estou rodeado de malucos.”.

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