quarta-feira, 11 de agosto de 2010

[14]

Desculpem a ausência, mas como tal eu poderei postar mais em breve, para compensar (:


Passarinhava entre a sala e a cozinha, ora para lá ora para cá. Não conseguia estar quieto, estava nervoso e isso era notório, bastante até.
- Vais parar? – perguntou Bill arrastando uma das malas, passando por ele. Tinham chegado a casa à não mais de 45 minutos e Tom já tinha arrumado tudo, logo tinha a cabeça livre para se ocupar com o nervosismo.
- Não. – olhou-o. – Vou ajudar-te com isso. – disse. – Ao menos estou ocupado.
- Espera aí! – Bill falou e Tom virou-se – Esta era a última. – riu-se.
- Oh, man. – entrou definitivamente na sala e sentou-se no sofá em estado, figurativamente, apavorado. – Que horas são? – perguntou.
- Certamente não são horas para ires ter com a Beatriz. – sorriu-lhe sentando-se ao seu lado. – São 3 da manhã.
- Odeio fusos horários e os aviões com horários marados! – queixou-se. – Isso são horas de se chegar a casa? – Bill riu-se – Qual é a graça?
- Estás TÃO nervoso! – Bill estava divertido com aquela nova faceta do irmão.
- Estou a enlouquecer, tipo totalmente! – levantou-se e foi buscar uma Coca-Cola. – Lembra-me de não me voltar a apaixonar tão cedo! – disse da cozinha. Bill levantou-se a correr que nem louco e foi ter com o irmão, dando com ele encostado à bancada.
- O QUE É QUE TU DISSESTE!? – Tom olhou-o com cara de parvo, tipo “Han?!!”.Repete. – pediu.
- Lembra-me de não me voltar a apaixonar tão cedo. – disse sem perceber bem porquê e completamente assustado pela cara de lunático que o irmão fazia.
- Tu acabaste de admitir que estás apaixonado. – Ok, era verdade. Tom Kaulitz já se tivera mentalizado de tal acontecimento e, ao que parecia, os seus sentimentos estavam de acordo com aquilo que estava escrito naquela página da Web, ou lá o que era.

[Flashback]

Estava sentado no aeroporto rodeado do pessoal da banda que estavam completamente ferrados no sono. Tom, para variar, não tinha sono absolutamente nenhum. Estava bem e era capaz de dar ali um concerto de 2 horas sem problemas nenhuns estava, por assim dizer, em forma.
Decidiu ligar o portátil e ver se podia fazer alguma coisa pela sua mente e, talvez, pelo seu coração. Seria demasiado estúpido procurar uma definição de estar apaixonado na internet? Se calhar até era. Então logo para ele que tinha a enciclopédia do amor como sua alma gémea: Bill. No entanto e ainda assim, decidiu-se a matar a curiosidade e já agora o tempo que parecia não passar por nada daquele mundo.

Google: “O que é estar apaixonado?” escreveu que nem um puto. Clicou em procurar e esperou que páginas fossem encontradas. Nenhuma lhe chamava a atenção. “Nada, nada e nada.” Passou os olhos e leu umas coisas por alto numa das páginas que decidiu abrir.
«É como se estivéssemos nas nuvens a toda a hora a pensar naquela pessoa especial.» Tom elevou a sobrancelha com cara de parvo, tinha pensado numa coisa mais explícita mas até conferia.
«Estar apaixonado é sentir-se vivo.» Ok, aquilo estava a ficar extremamente estranho. Teria sido boa ideia? Decidiu mudar a expressão. Experimentou “paixão”.
«A paixão é um sentimento de desejar, querer a todo o custo o amor de outro ser ou objecto. Necessidade de ver e tocar a pessoa (ou objecto) pelo qual se apaixonou ou, até mesmo a necessidade de saber se essa pessoa também se apaixonou por si.» Encontra-se com cada coisa na internet! Prosseguiu. «Deste modo, pode ser entendido como um vício que debilita a mente do indivíduo pois este foca somente a pessoa amada (ou objecto artístico) nos seus pensamentos sendo todos os outros momentâneos e irrelevantes.» Fantástico, devia consultar a internet mais vezes, pensou ironicamente. Olhou a página novamente e leu por alto algo sobre as interpretações de paixão pela literatura e as suas bases biológicas. “Não, não me parece que volte à escola.” Encolheu os ombros e encostou a cabeça para trás, batendo na parede. Tinha ficado a pensar naquilo, bem era um facto que a maior parte da paixão encaixava em si. Mas não seria estúpido descobrir isso pela internet? “Que se lixe, eu já o sabia.” Fechou o portátil e deixou-se também ele levar pelo sono.

[/flashback]

- Como se tu ainda não soubesses! – retribuiu.
- Sim, mas ouvi-lo da tua boca é diferente! – respondeu com um sorriso emocionado. Tom riu-se.
- Estás-te a atirar a mim, maninho?
- É, não tenho ninguém mais giro a quem o fazer. – respondeu secamente. Desejava por tudo ter alguém a quem pudesse tratar por amor, alguém que estivesse presente quando voltasse a casa ou simplesmente alguém que o abraçasse e beijasse e lhe dissesse que o concerto que acabara de dar tinha sido o melhor! Alguém que o compreendesse mesmo sendo do sexo oposto, queria a sua alma gémea e, sonhar com isso já era perfeitamente normal no cérebro do Kaulitz.
- Vais encontrar, sou capaz de apostar contigo! – disse-lhe Tom confiante. Podia ver claramente no olhar do irmão que aquela solidão passada nos quartos de Hotel precisava urgentemente de ser abatida, e a tiro!
- Apostas comigo em como eu arranjo a minha alma gémea sem dificuldade alguma? – perguntou olhando para ele, talvez com cara de parvo ou algo semelhante. Às vezes não sabia se devia ir na onda do irmão, ele tanto estava super optimista como super pessimista! Era incrível a maneira como ele conseguia mudar a sua posição sem mudar a sua personalidade, não podia negar que admirava Tom de certa maneira.
- Aposto! – disse confiante.
- Quanto? – esticou a mão – E até quando?
- Sei lá, 400 €! – respondeu apertando a mão do irmão selando o compromisso. – Quando? Bem, eu não sou bruxo, - riu-se – mas talvez até antes da Tour acabar!
- Acho que podes começar a pôr de lado os 400 €. – Bill suspirou.
- Não sejas pessimista, isso não te vai levar a lado nenhum.
- É, só o teu pessimismo é que leva! – gozou-o.
- Eu não sou pessimista! – disse – Sou realista! – emendou.
- Ah sim claro, então não! – ironizou e virou costas sentando-se na sala. – Ah! – exclamou quando sentiu o irmão sentar-se ao lado dele. – Vê se falas com a Beatriz até depois de amanhã, porque a seguir as Maldivas esperam-nos.
- Sim, eu sei não te preocupes com isso. – sorriu – Eu vou ter com ela amanhã.
- E vais dizer-lhe que vais?
- Não, vou fazer surpresa.
- Uh, estamos a ficar românticos! – gozou-o.
- Não é romantismo nem nada que se pareça, tá? É uma espécie de tempero para a noite que me espera… - sorriu com o pensamento - … e pode ser que ela fique tão entusiasmada que nem dê pela minha pseudo-declaração. – bufou levando a mão à testa, nem ele acreditava no que sentia.
- Daqui a nada estás a dizer-me que treinaste ao espelho! – riu-se. Tom não respondeu, sim já o tinha feito e sinceramente não tinha gostado lá muito da ideia, parecia-lhe… antiquado, estúpido, de putos e algo piroso. – Já vi que sim! – riu ainda mais ao se aperceber da cara de caso que o irmão fazia. – Mas… - ganhou um tom sério - … já sabes o que é que vais fazer se ela não sentir o mesmo? – Tom nem tinha posto aquela hipótese. Cada vez que estavam juntos a química que envolvia o ar nunca diria que Beatriz não sentia o mesmo. As conversas de telefone, o ela querer também falar consigo. O facto de ela se ter revelado a si como Beatriz e não ter-se mantido na Hannah também era uma pista a favor da sua teoria, mas e se realmente Beatriz não sentisse o mesmo?
- Nunca tinha pensado nisso. – olhou o irmão com um ar meio preocupado.
- Convinha, Tom. Convém sempre ires preparado para levar uma tampa. – avisou.
- Eu não estou habituado a levar tampas! – respondeu de imediato. – E sim, Bill ela sente o mesmo, eu acredito nisso! – apostou confiante.
- Espero que tenhas razão, mano não era bonito teres problemas na primeira paixão. – sorriu-lhe em tom de troça.
- Faltava-me mais essa agora! – levou as mãos à cara e guinchou; um guincho digamos típico de Tom Kaulitz.
- No amor devemos estar preparados para tudo! – pousou-lhe a mão no ombro. Tom emitiu um som qualquer pouco humano e levantou-se anunciando que ia dormir sobre o assunto.


Beatriz aterrou no sofá depois de aconchegar Ryan na cama como todas as noites fazia depois de chegar do trabalho. Encostou a cabeça para trás e deu consigo a pensar em Tom. Mais uma vez, novamente a pensar naquelas mãos, a sentir aquele cheiro, o sabor dos seus lábios nos dela, parecia que Tom nunca tinha deixado o seu corpo. Este tipo de sentimentos assustavam-na. Já não estava habituada e já quase tinha desistido, o seu trabalho não permitia que ela se envolvesse emocionalmente com alguém e agora, agora que vinha de mais um encontro sabia o porquê. Estar com Tom implicou o seu corpo a exigir demasiado dos outros parceiros, já para não falar que enquanto Tom a preenchia física e psicologicamente os outros não o faziam. Continuava com aquela sensação de mau estar cada vez que entregava o seu corpo a um qualquer sujeito que pagava para isso, Tom nunca pagara nada para estar com ela (à excepção da primeira vez claro está), ela possuía Tom de livre vontade e puramente vital, estar com ele dava-lhe acesso a um patamar que nunca tinha atingido antes na vida.
Suspirou e desligou a televisão encaminhando-se ao quarto. Estava curiosa para saber quando é que ele iria ter consigo, os dois dias já passaram portanto não podia faltar muito. Só esperava é que ele não escolhesse o dia seguinte àquele, aí seria domingo e toda a gente estaria em casa, isso implicava ele lidar com Ryan e essa imagem não encaixava na totalidade no seu cérebro, até porque Tom nem sequer sonhava que Ryan era seu filho.

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