domingo, 1 de agosto de 2010

[12]

Ok, a cena do pastel de nata (irão perceber não se preocupem), imaginem que existem pastéis de nata na Alemanha, ok? xD Pronto, é so.


- Isto é brutal! – todos os elementos dos Tokio Hotel estavam sem palavras, absolutamente. Aquele palco era o sonho mais alto de todos os seus sonhos. Era simplesmente perfeito.

Andaram pelo palco, fizeram testes, tentaram acordar todos os sons de modo a tudo sair perfeito e no momento certo. Estavam radiantes, aquela seria sem dúvida a melhor e mais pormenorizada Tour que os Tokio Hotel alguma vez levariam na estrada.
- TOM, BAIXA O TEU AMPLIFICADOR! – berrou-lhe Bill do outro lado do palco.
- OK! – ele berrou de volta e fez o que o irmão pediu.
- GEORG, AUMENTA O TEU! – Georg assim o fez. Ao que parecia tudo estava a ser encaminhado. Iriam agora experimentar os fatos que usariam em palco e habituarem-se a eles, ou pelo menos Bill teria que se habituar a eles.

- Bill, tens que ter cuidado porque isto pode ser muito quente.
- Sim, eu vou morrer em suor nisto está visto!
- É desta que a tua maquilhagem borra! – gozou-lhe o irmão. No meio de toda a confusão e emoção que era aquela preparação Tom tivera deixado o coração no Hotel e trouxera apenas a cabeça.
- Ah que graça que ele tem. – disse Bill.
- E tenho! – deitou-lhe a língua de fora. Bill sorriu-lhe, não valia a pena.

- Rapazes, tudo em ordem? – perguntou David.
- Siiiim! – respondeu Bill aos saltinhos.
- ‘Tá quieto deixa-me apertar isto! – refilou um dos membros do staff que ajudava Bill nas vestimentas.
- Desculpa. – riu-se.

*

Sentou-se na cozinha com um copo de uísque e duas pedras de gelo, à frente. Tinha a cabeça numa confusão, o corpo num traste e o coração… o coração não devia existir! Porquê uma paixão nesta altura? “Tens 21 anos, estás na altura disso.” Raios partam as consciências que têm sempre a resposta certa no momento errado! Bebeu o conteúdo num trago e dirigiu-se ao telemóvel, quem é que lhe tinha ligado na noite anterior?
Olhou o número e não o reconhecia, não estava na sua lista telefónica e não se lembrava de quem poderia ser. Tinha dado número a alguém recentemente?
Sim. Tinha. Tom. Tom Kaulitz possuía agora o seu número e uma maneira de a contactar. Seria ele? Apertou o botão de chamar e esperou que, do outro lado, a voz grave e extremamente sensualmente soasse.

**
- Bea? – ele perguntou de imediato.
- Parece que sim, Tom. – respondeu.
- Está tudo bem? – perguntou. Afastou-se do grupo e sentou-se na beira do palco, de telemóvel ao ouvido e um trejeito nos lábios.
- Sim, dentro dos possíveis e contigo?
- Quais são os teus possíveis?
- Esquece. Tu estás bem? – perguntou tentando dar a volta à questão. Não fazia tenções de lhe dizer por telefone que estava a ficar apanhadinha por ele e que cada pessoa por quem passava na rua encontrava uma semelhança consigo.
- Sim. – um silêncio que durou pouco mais de 5 segundos pareceu uma eternidade para ambos.
- Como está Londres? – fora ela que o quebrou.
- Está a chover. – riu-se.
- Algo normal portanto mas, Tom…
- Diz…
- Estamos a falar sobre o tempo? – perguntou.
- Acho que sim. – suspirou e deitou o corpo para trás cobrindo os olhos com o antebraço.
- Eu sei que não te conheço assim tão bem nem há tanto tempo mas… estás mesmo bem? – perguntou a medo. Um peso sobre o seu peito dizia que não. Não estava tudo bem.
- Sinto falta de qualquer coisa. – admitiu. Não lhe ia dizer que era dela, mas podia dizer o que se passava.
- O quê? Amigos?
- Não sei se é bem uma amizade… não sei mesmo o que é, mas é qualquer coisa de muito especial e que está a deixar o meu cérebro e o meu coração completamente confusos! – desabafou.
- Tom… - ela sorriu - … estás apaixonado? – Tom podia jurar que tinha corado, sentia as faces arder e a palavra ‘apaixonado’ dita por ela ecoar vezes sem conta na sua cabeça. Seria mesmo verdade? Aquele gostar especial e aquela confusão toda, as arritmias, seria tudo porque se estava a apaixonar… por ela?
- Não sei. – respondeu. Beatriz levantou-se da cadeira e dirigiu-se ao sofá, sentando-se. Encostou a cabeça para trás. – Esqueçamos o assunto!
- Ok. – ela respondeu. “O que é que estaria a destroçar tanto Tom?” perguntou-se.
- E tu? Que tal está a Alemanha?
- Está sol! – riu-se.
- Mau, eu falo do tempo e tu refilas, agora retribuis é? – riram-se.
- Oh, não tenho tema de conversa contigo. – disse retraidamente – Mas… tu ligaste-me, querias alguma coisa de especial? – Tom congelou. E agora?
- Estava sozinho no meu quarto de Hotel e decidi ligar-te. – atrapalhou-se um bocado mas a mensagem chegou.
- Huum, apetecia-te qualquer coisa, Tom…? – ela perguntou com uma voz mais sensual do que Tom esperaria. “Controla-te!” ordenou à mente, mas em vão. Suspirou.
- Beatriz… eu… eu tenho que desligar! Estão a chamar-me, podemos ter esta conversa noutro dia? – perguntou. “Merda! Fraquinho, Tom!”
- Sim. – ela não percebeu mas talvez tivesse sido a sua pergunta a intimidá-lo. – Falamos noutro dia então. Beijinhos.
- Beijinhos. – disse rapidamente antes de desligar o telemóvel.
**

- Merda, merda, merda, merda… - levantou-se do palco e andou às voltas.
- Tom! – o seu nome fê-lo acordar dos pensamentos. Olhou à volta. – Tom! – era Bill que o chamava.
- Eu? – perguntou dirigindo-se ao irmão, pondo o telemóvel no bolso.
- Vamos fazer o espectáculo completo, vai-te vestir.
- Ok.

(…)

Bolas, aquela chamada tinha-lhe tirado a concentração toda e, mesmo a vontade de preparar a Tour e acertar nas notas correctas, não o estava a ajudar em nada. Respirou fundo e olhou os restantes.
- Importam-se que façamos uma pausa?
- Ainda agora começámos! – era Georg.
- Desculpa, tá? – perguntou. – Não sei se já deram conta mas o facto de eu não acertar nas notas não ajuda a ter um espectáculo como deve ser, ou ajuda?
- ‘Bora lá! – era David que assistia ao concerto e que, realmente, notara uma mudança no Tom. – 10 minutos e depois voltamos. – olhou Tom em especial e este agradeceu-lhe com o olhar mostrando-lhe um sorriso.

Dirigiu-se às traseiras daquele pavilhão e, retirando um cigarro do maço, colocou-o na boca acendendo-o. Expirou o fumo e respirou fundo. Não tinha sido feito para aquele tipo de sentimentos e isso era notório, agora percebia o porquê de não se querer apaixonar!
- Tom? – era Bill. Tom olhou-o mas não falou, limitou-se a oferecer-lhe um cigarro e a desfrutar da companhia do irmão em silêncio. A ligação que eles tinham permitia-lhes terem uma conversa silenciosa e ainda assim resolver os problemas.
Voltou a dar uma passa no cigarro e atirou-o para longe. Deixou o corpo escorregar pela parede até se sentar confortavelmente no chão arenoso, levando as mãos à cabeça.
- Porquê, Bill? – perguntou. Bill imitou o irmão e sentou-se ao seu lado.
- Foi a Beatriz? Era com ela que estavas ao telefone?
- Sim. – encostou a cabeça para trás. – Eu despachei-a.
- Han?
- Despachei-a ao telefone, - emendou-se – ela começou com vozes coisinhas e eu coiso.
- Posso ser teu gémeo mas não descodifico códigos “coisos”. – riu-se e fez Tom soltar uma gargalhada contida.
- A voz dela… aquela sensualidade pronunciar o meu nome tira-me do sério! Não controlei a situação e pimba, tinha que desligar! – explicou confusamente fazendo gestos igualmente confusos.
- Desligaste-lhe o telefone na cara?! – Bill estava espantado.
- Não parvo! Arranjei uma desculpa, mas acho que não fiquei propriamente bem visto aos olhos dela.
- Ah. – suspirou de alívio. – Ao menos sabes se ela sente alguma coisa por ti? – Tom olhou-o.
- Não, nem sei o que é que eu sinto por ela! Mas pronto, agora tenho que me concentrar na Tour, certo?
- Certo. – deu-lhe uma palmada amistosa nas costas – E, Tom… - ele olhou-o novamente - … eu quero conhecer essa miúda! – riu-se.
- Desde que não ma roubes, tudo fixe! – levantaram-se e dirigiram-se novamente ao palco para, desta vez, Tom acertar nas notas correctas.


Ficou a olhar o telemóvel. O que é que se passaria com ele para lhe desligar assim o telefone? Pôde sentir a respiração pesada dele, e o seu nervosismo adensar, mas porquê? Não percebia. Teria dito alguma coisa que não devia? Se calhar da próxima vez que falasse com ele devia tentar ser apenas ela enquanto pessoa não enquanto animal sexual. Mas não era por esse animal sexual que Tom andava a sair consigo? Estava confusa. Tinha o cérebro feito num 8, completamente. “Homens, nunca os irei perceber!”
- BEEEAAAA! – Sofia tinha entrado de rompante em casa aos berros por si.
- Cruzes canhoto! Que é que foi miúda? – perguntou com o susto.
- Matei-me! Matei-me e arruinei a minha nota da pior maneira possível! – queixou-se andando às voltinhas na sala em frente a Beatriz.
- Que é que fizeste? Assediaste o professor? – riu-se.
- Não totó, o professor é que tem tendência a assediar-me! – disse rapidamente e Beatriz olhou-a.
- Isso é crime, ya?
- Ai mulher tu acreditas em tudo o que eu digo?! – parou por segundos e riu-se da cara da amiga.
- Sua estúpida. – revirou os olhos. – Mas o que é que aconteceu afinal? – recostou-se no sofá. – E senta-te estás a deixar-me enjoada!
- Arrotei.
- Han? – Beatriz perguntou levantando a sobrancelha esquerda.
- Arrotei durante a apresentação oral!
- E foi só por causa disso que ‘te mataste e mataste e arruinaste a tua nota da pior maneira’? – perguntou citando as suas palavras imitando a sua voz.
- Ya! É péssimo! Não foi uma coisinha de pouco barulho e que passa despercebido! – disse, estava visivelmente preocupada. Beatriz levantou-se e fê-la sentar-se no sofá. Dirigiu-se à cozinha e trouxe-lhe um copo de água.
- Bebe isso! – disse.
- Bea… - tentou - … eu vou arruinar a nota por causa de uma pastel de nata.
- Mau, não era por causa de um arroto!?
- Se não tivesse comido o pastel de nata! – refilou.
- Sof, - pousou-lhe as mãos no ombros. – bebe a água e arrota. – olhou-a bebendo a água. – E agora não te preocupes, isso não entra na nota do trabalho, e duvido que entre na nota oral, tu ao menos pediste perdão? – gozou.
- Óh miúda não faças pouco de mim, já chega! – Beatriz despenteou-lhe os caracóis aloirados que caiam em cachos.
- Não vai ser um arroto que vai arruinar a tua carreira.
- Ai não?
- Claro que não, se fosse isso havia muita gente que já não estava na faculdade, desistia! – Sofia suspirou.
- Espero que tenhas razão.
- Eu tenho sempre razão. – disse e a loira revirou os olhos. – Agora vou buscar o Ry! Até já, Miss Arroto 2010!
- Parva! – atirou-lhe uma almofada e Beatriz riu-se.
- Espera aí! – voltou atrás.
- Que foi?
- A tua apresentação não era ontem? – perguntou.
- E foi, mas eu não dormi em casa. – fez cara de anjinho.
- Hum, anda coisa na costa.
- Olha vai buscar o Ryan e não me chateies. – disse-lhe.
- Até logo! – riu-se e saiu.

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