quarta-feira, 6 de outubro de 2010

[29]

Desculpem a demora mais uma vez, mas a escola atrapalha-me o cérebro e dá-me cabo dos neurónios com números e palavrões. Vou começar a entrar na rotina novamente, como tal o próximo vem sábado (:


Beatriz juntou-se a Tom, Bill e Sofia na sala depois de deitar Ryan e de o ver adormecer num estalar de dedos. Era um facto que quando Bill ou Tom visitavam aquela casa ele virava piolho eléctrico (mais que o costume!) e o cansaço abatia-se sobre si rapidamente.
Sentou-se ao lado de Tom e apanhou uma discussão a meio:
- … acho que devia ser dentro do nosso quarto. – dizia Tom.
- Posso perguntar o quê? – perguntou Beatriz.
- O quarto do Ryan, nos hotéis. – explicou. – Devia ser uma espécie de quarto secundário, a partir do nosso. – disse.
- Essa tua preocupação fascina-me. – Beatriz não evitou sorrir e depositar um beijo suave mas sentido sobre os lábios de Tom. Ele sorriu-lhe pousando a mão na sua face, olhando-a.
- Vocês são importantes e eu preocupo-me.
- Hey, meninos olhem o mel. – foi Bill que gozou. Era ponto assente que adorava ver o irmão nestas cenas porque poderia confirmar a sua teoria de sempre, dizendo que Tom seria um perfeito amor e hiper piroso. Riu-se, olhando-os apercebendo-se de que nenhum dos dois tinham ouvido a boca.
- Eles nem estão cá. – Sofia riu-se.
- Estamos cá, estamos. – fora Beatriz que se pronunciara. – E concordo contigo. – falou para Tom.
- Ainda bem. – sorriu e abraçou-a pelos ombros. – Vamos fazer alguma coisa de interessante? – perguntou.
- Interessante? – Bill questionou sem perceber.
- Sim. – Beatriz riu-se e puxou-o consigo do sofá. – Eu sei de alguma coisa interessante para fazermos. – Tom riu-se encostando o seu corpo à porta, agora, fechada do quarto de Beatriz.

Sofia e Bill olharam com cara de parvos um para o outro.
- Eles só pensam em sexo? – perguntou Sofia.
- Sabes bem que não. – referia-se à situação porque Beatriz passava. Seria bastante bom Sofia ir em Tour não só porque poderia estar mais tempo com Bill, mas poderia acompanhar a situação da melhor amiga de perto. Poderia continuar a dar-lhe o seu apoio e os seus conselhos que, apesar de nem sempre bons, eram sempre bem-vindos. – Mas provavelmente é uma boa maneira de esquecerem tudo.
- Sim. – Sofia sorriu e encostou a cabeça no peito do rapaz, aninhando-se mais no sofá, vendo um qualquer filme repetido surgir no pequeno ecrã.

(…)

- James. – a voz autoritária de Charles fez-se ouvir pelo pequeno compartimento a que James chamava de escritório.
- Sim? – perguntou tirando os olhos do jornal para olhar o patrão.
- A Hannah? – perguntou.
- Não sei. – encolheu os ombros. De facto não sabia, fazia-lhe confusão Beatriz não ter posto mais os pés no clube mas depois de saber que ela andava com o tal famoso que tinha conhecido ali, já esperava que mais tarde ou mais cedo abandonasse de vez o clube.
- Já lhe ligaste?
- Sim. Ela não atende. – mentiu.
- E ir a casa dela? – perguntou como se fosse óbvio.
- Não sei onde mora. – mentiu novamente. Charles não sabia da relação de amizade que ele tinha com Beatriz, nem sequer sonhava! Mantiveram sempre tudo bem distanciado dele e tentaram sempre esconder tudo. As ajudas que James lhe dava normalmente, as abébias, as pequenas coisas que lhe ensinou quando começou a trabalhar ali, as ajudas depois de engravidar e depois de ter tido a criança. James via Beatriz praticamente como sua filha e, no momento, era capaz de morrer só para a salvaguardar e manter longe das mãos daquele paspalho.
- Não sabes?! – perguntou exaltado.
- Eu não. – olhou novamente o jornal, na calma que o caracterizava. Podiam cometer o maior crime do século, mas ele nunca se exaltaria da maneira que Charles, por exemplo, fazia. – Porquê, era suposto? – perguntou.
- Não. – Charles ficou na dúvida.
- Então pronto. – olhou-o. – Mas veja se arranja outra gaja para manter isto aberto porque senão vai tudo pelos ares. – recomendou como se nada fosse.
- Eu sei! – raiva pairava sobre a sua cabeça. – Onde merda é que essa cabra se enfiou?! – James queria responder-lhe à letra, mas não podia ou denunciar-se-ia. Era muito calmo em relação a tudo, mas Beatriz era o seu único ponto fraco.
- Outra vez? Já disse que não sei. – respondeu calmamente.
- Encontra-a e diz-lhe que preciso que ela apareça aqui o mais rapidamente possível senão… - aproximou-se lentamente de James apontando-lhe o dedo.
- … senão? – perguntou até algo curioso, mantendo-se firme e frio na sua posição.
- Não tens nada a ver com isso. – cuspiu-lhe. – Limita-te a encontrá-la. – James levantou a sobrancelha esquerda.
- Mas e se eu não a conseguir encontrar?
- Mato-te, tão simples quanto isso. – riu-se maquiavelicamente. – Estou a brincar, estou a brincar. – riu-se, agora normalmente.
- Tem o humor em dia. – James observou com o coração nas mãos.
- Nunca te mataria, sempre mantiveste tudo em ordem e as meninas todas nas nossas mãos… - sorriu perversamente - … mas encontra a Hannah. – pediu.
- Ok, vou tentar. Tem alguma ideia por onde eu possa começar?
- Não. Amanha-te. – saiu do escritório batendo com a porta.
James respirou fundo.
Tinha mesmo que inventar qualquer coisa e descobrir o que é que Beatriz andava a planear, ou acabava lixado.
O melhor talvez fosse ir ter com Beatriz no dia seguinte e resolver já o assunto, mas por agora manteria o nariz enfiado no jornal e os pés confortavelmente empoleirados na secretária.

Charles sentou-se na plateia do Magnólia e observando a sala minuciosamente conseguiu aperceber-se de que o ambiente estava demasiado vazio. Quem mantinha o clube sobre estacas era o corpo de Hannah e Charles temia que a sua atitude egocêntrica de a possuir novamente a tivesse afastado de vez do clube e com isso os clientes. A maior parte dos homens que se alimentavam fisicamente dos palcos do Magnólia respiravam Hannah, Hannah e mais Hannah. Ela chamara gente famosa ao seu clube e isso até lhe punha um sorriso orgulhoso na cara, mas Hannah agora não existia. “Assim que a vir, não me vai escapar…” jurou a si mesmo, levantando-se.

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