quarta-feira, 27 de outubro de 2010

[36]

Até sábado/domingo não prometo capítulo, tenho testes. Em relação a este, não tenho muito a dizer, só que adorei imaginar a última cena xD


- Mamã, papá! – Ryan saltava feliz da vida ao lado da cama de Tom e Beatriz.
- Só mais cinco minutos. – Tom arrastou as palavras pondo a almofada na cabeça.
- Habitua-te, ele fica eléctrico quando vem uma festa. – Beatriz respondeu-lhe ainda que meia adormecida e Tom nem percebera metade.
- Quero a minha prenda! – com algum sacrifício conseguiu subir para cima da cama e, como subiu do lado de Beatriz, descobriu Tom.
- Minorca, deixa-me dormir. – pediu quase em choro. Ryan riu-se enfiando-se por baixo dos lençóis entre o corpo dos dois.
- Vá lá… - pendurou-se no braço de Tom. - … quero que me ensines a tocar. – disse talvez pela centésima vez naquele espaço de dias. Tom virou-se.
- Tem que ser agora? Não posso dormir mais um bocadinho? – perguntou olhando o rapaz com olhos de sono. Tom parecia ter levado uma boa dose de álcool.
- Mas eu já não estou a dormir! – contrapôs.
- Mas devias. – Beatriz pronunciou-se quase voltando a adormecer.
- Vocês são chatos. – refilou e sentou-se na cama cruzando os braços. – Posso ver televisão enquanto vocês dormem?
- Podes… - eles responderam em coro e, enquanto Ryan se deslocou para os pés da cama, sentando-se no chão, Tom abraçou-se à cintura de Beatriz e rapidamente adormeceu.

(…)

Já estava rodeado de peluches e brinquedos e todo o tipo de bolas e legos possíveis e imaginários. Toda a gente naquela crew tinha um carinho especial pelo membro mais novo das viagens e não hesitaram em comprar-lhe uma pequena lembrança, nem que fosse mínima.

Ryan estava sentado no chão, completamente deliciado com a quantidade de coisas novas que tinha. Sim, estava deslumbrado, mas havia qualquer coisa que ele ainda não tinha recebido e que fora a única coisa que pedira.

Na sala já só estavam presentes os elementos da banda, Beatriz, Sofia e David.
- Queres mesmo aprender a tocar? – Tom baixou-se à sua frente.
- Siiim! – Ryan deu pulinhos e bateu palmas vendo Tom deslocar-se à parte mais longínqua da sala e trazer com ele um simples embrulho.
- Abre. – entregou-lho. Ryan sentou-se novamente no chão e rasgou o papel. Beatriz olhava-o e, depois do pequeno abrir o embrulho, dinheiro nenhum no mundo poderia comprar aquele momento e o sentimento de preenchimento que a envolvia. Ryan estava totalmente embasbacado e extremamente feliz ao descobrir uma pequena guitarra dentro do embrulho. Ela tinha um sorriso na cara e também Tom não foi capaz de ficar indiferente à expressão do rapaz. Ninguém na sala conseguiu.
- Obrigada! – levantou-se num pulo e abraçou-se às pernas de Tom. – Posso aprender já? – olhou-o.
- Pergunta à tua mãe! – brincou.
- Porque é que tenho que perguntar à mãe, se tu és meu papá? – perguntou sem perceber. Tom baixou-se à sua frente, não sabia bem o que dizer perante aquela pergunta.
- Porque…
- Eu dou autorização! – Beatriz falou antes que Tom pudesse meter os pés pelas mãos. Ryan sorriu e pegou na pequena guitarra, ideal ao seu tamanho, sentando-se no chão com Tom.
- Como faço?

Beatriz sentiu o telemóvel vibrar no bolso das calças e o seu coração saltou-lhe do peito quando leu James no ecrã. O que é que se passaria? Pediu licença e saiu da sala sob o olhar atento e até algo preocupado de Tom e Sofia.

**
- Estou?
- Bea, meu deus estás bem? – perguntou meio aliviado pelo simples facto de ouvir a sua voz.
- Sim. Está tudo bem. – confirmou. – Por aí?
- Substituímos-te. – disse. Beatriz suspirou sem saber se havia de rir ou chorar. – A Marinne está disfarçada e parece mesmo tu!
- A sério? O Charles aceitou isso? – não acreditava.
- Sim, ele não quer perder lucro nem clientes, sabes como é e o que eu me lembrei melhor foi isso. Disfarçar alguém. Eu vou continuar a proteger-vos, boneca nada vai mudar, ok?
- Obrigada, James a sério. – encostou-se à parede e deixou o corpo escorregar até se sentar sobre o tapete vermelho que atravessava o corredor. – Não sei se iria aguentar ver o clube fechar por minha causa.
- Não terias que te culpar por isso.
- Ai! A Sofia diz o mesmo, mas é quase impossível. Vocês não percebem! – elevou a voz e encostou a cabeça para trás. – Não é fácil…
- Eu sei que não é, acompanhei o teu percurso no Magnólia, mas tens que perceber que não és mais uma marionete das mãos do Charles! És simplesmente a Beatriz, a Hannah morreu para ti. – disse sério. – Morreu mesmo!
- Não sei… e se o Charles vier atrás do Ryan? – estava receosa como sempre.
- Não vai! – James levantou-se do sofá da sua sala onde permanecera sentado. Aquela conversa com Beatriz teria que lhe abrir os olhos e fazê-la ver que a fase de stripper no Magnólia evaporara da sua vida. Podia deixar marcas, e ia com toda a certeza deixar marcas, mas ela teria que as saber gerir, e pelo que vira da relação que mantinha com Tom ele certamente nunca a iria deixar voltar àquela vida. – Promete-me que nunca mais vais meter um único dedo naquela coisa! Por favor, Beatriz! – pediu à beira do desespero, aquela rapariga significava demais para si.
- Eu prometo. – teve a tentação de fazer figas mas não o fez. Manter-se-ia firme naquela promessa e, acima de tudo, manter-se-ia fiel a si mesma. – O clube morre aqui. – um pequeno sorriso surgiu nos seus lábios.
- Ainda bem. – suspirou e voltou a sentar-se. – Sabes que te adoro, boneca e não quero que a tua vida regrida ao ponto em que te conheci. Quero-te bem.
- Obrigada, James. Obrigada mesmo. – a conversa durou mais 10 minutos em simples gargalhadas e até confidências. Beatriz ficou a conhecer os movimentos existentes no clube e deu por si a desprender-se de todas as recordações que tinha de lá. As únicas coisas que traria do clube davam pelo nome de Ryan e Tom.
**

Regressou ao quarto para observar a rebaldaria total. Ryan, Tom e Georg sentados a um canto de volta da pequena guitarra. Sofia e Bill entretinham-se com os lábios do outro sentados num dos sofás persa. Gustav e David atiravam almofadas pelo ar, completamente divertidos com o caos que começavam a provocar.

- É seguro? – ela perguntou entrando mais na sala.
- Baixa-te! – Gustav, à sua frente berrou-lhe e ela assim o fez, caso contrário David ter-lhe-ia acertado com a almofada na nuca.
- Estou a ver que não. – riu-se e dirigiu-se a Ryan. – Ry, não está na hora de ir para a cama? – perguntou.
- Não. – Ryan sorriu-lhe, no entanto já cansado.
- Nota-se, dou-te 20 minutos para arrumares tudo e cama. – avisou simplesmente. Ryan olhou Tom.
- Não te vou safar dessa, minorca. – respondeu. – Vamos arrumar.

(…)

Bill saíra desvairado do seu quarto de Hotel, ainda nos seus boxers sem mesmo se aperceber disso e bateu com toda a convicção na porta do quarto do irmão e de Beatriz.

Beatriz acordou estremunhada com o barulho que fazia interferência nos seus ouvidos e não a deixava permanecer quieta na cama. Sentou-se e tentou interiorizar o que estava a ouvir.
- TOM! – distinguiu a voz de Bill e levantou-se da cama, meia aos zigue zagues, e vestiu a camisa de Tom, que tinha ficado espalhada no chão do quarto na noite anterior, sobre o corpo nu.
- Está tudo bem? – perguntou ao abrir-lhe a porta esfregando os olhos.
- O Tom? – perguntou não dando qualquer tempo de reacção a Beatriz e entrou no quarto.
- Na cama. – ela apontou, mesmo sem Bill ver. Bill saltou para cima da cama, onde Tom estava agora meio atravessado coberto apenas até à cintura, e abanou-o com toda a força que os seus braços conseguiam ter àquelas horas da manhã. Eram 8 horas e supostamente deveriam estar preparados às 9.

- Amor, deixa-me dormir… - Tom balbuciou, e julgando ser mesmo Beatriz virou-se na cama e aninhou-se sobre o peito desnudado de Bill.
- Tom! – ele berrou e Beatriz riu-se ao ver a figurinha naquela cama. Tom mexeu-se e levou a mão ao peito de Bill ‘apalpando-o’ e conferindo que o tamanho não correspondia àquele onde tinha passado a noite anterior.
- Tu não és a Beatriz! – completamente alarmado empurrou Bill e tapou o corpo com o lençol branco, com medo de quem pudesse estar ao seu lado.
- Eu sei que não sou a Beatriz escusas de me apalpar as mamas para perceber isso, credo. – Bill massajou o piercing onde Tom tinha mexido com demasiada força.
Tom sentou-se na cama e observou a namorada, já quase de joelhos no chão, a rir que nem doida. Massajou as têmporas e olhou para baixo confirmando que mantinha as suas partes mais íntimas cobertas.
- Qual é a tua? – já mais ciente da situação olhou o irmão. – Agora queres o quê? Matar-me de susto?! – perguntou retoricamente. – O meu coração não aguenta, sabes? Tive uma noite atribulada e adormeci com ela, - apontou a namorada – não estava à espera de acordar contigo! – refilou apontando Bill. Bill riu-se da cara de parvo que o irmão tinha.
- Tive uma ideia para a melodia que me mostraste! – disse, de novo histérico, lembrando o assunto que o tinha levado ali.
- Ah, e é preciso acordares-me desta maneira!? Ainda por cima vocês têm os dois piercings aí! – apontou os mamilos do irmão. Bill olhou Beatriz. – Mas deixa-me dizer que lhe fica melhor a ela. – Tom sorriu brincando com o piercing labial, olhando Beatriz.
- Também tens um piercing no mamilo? – Bill perguntou apanhado desprevenido.
- Tenho, mas no direito. – respondeu sentando-se numa das poltronas do quarto.
- Que giro, não sabia. – disse meio aluado.
- É normal, quem dorme com ela sou eu! – Tom meteu-se na conversa.
- Estás muito gráfico tu, hoje. – Bill refilou olhando-o ainda sentado na cama.
- Tens algum problema com isso? – bufou cruzando os braços – Que raio de ideia é que tiveste mesmo? – perguntou. Bill explicou a ideia por alto. – Não gosto. – respondeu directamente.
- Tive este trabalho todo para isto? – refilou. – Vou falar com o Jost! – levantou-se da cama. – Atura-o tu, - passou por Beatriz – estejam prontos daqui a um bocado! – avisou e passou a porta.
- Mas veste-te antes de ires ter com o Jost! – Beatriz riu-se e ainda lhe viu um sorriso antes de fechar a porta.

Tom deitou-se novamente na cama.
- Levanta-te. – ela falou.
- Só se me vieres ajudar. – pedinchou. Beatriz riu-se.
- Precisas de apalpar alguma coisa para ver se sou eu? – gozou entrando na cama.
- Talvez. – riu-se e virou-se na direcção dela beijando os seus lábios e levando as suas mãos à sua cintura, por baixo da própria camisa.

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