quinta-feira, 8 de julho de 2010

[5]






- Mãe?
- Sim, Ryan sou eu. – Beatriz cobriu o pequeno rapaz de cabelos ruivos e olhos negros, iguais aos seus, e aconchegou-o nos lençóis. – Agora dorme. – beijou-lhe a testa carinhosamente e deitou-se no sofá da sala. Sim, Beatriz tinha um filho pequeno. Ryan tinha 3 anos de idade e era filho dela e de Charles.


[Flashback]


- Mas o que é você está a fazer?! – Beatriz tentara fugir às investidas de Charles desde a primeira vez que tinha entrado naquele clube à um ano atrás.
- Nada que tu já não tenhas feito, pelo menos, uma vez na vida. – respondeu-lhe com um ar maquiavélico, agarrando as suas calças e rasgando-lhas do corpo.
Naquele dia, Charles aproveitou todos os pontos fracos que encontrava em Beatriz para investir nela com o desejo que tivera contido desde a primeira vez que lhe pusera os olhos em cima. Beatriz trabalhava naquele bar à um ano, mas a sua perícia de palco não ajudava a ter clientes. “É pena.” ele pensava. “Ela é tão… boa.” No entanto, com o tempo e as investidas, não totalmente limpas, de Charles e com alguma ajuda de James (daí se tornarem tão amigos) Beatriz adquiriu flexibilidade, força física e psicológica para expor o seu corpo à frente de tanta gente que, de certo modo, esperavam algo fascinante dela.

Charles abandonou o corpo de Beatriz num pontapé que a fez encolher no chão, agarrada ao estômago. Pegou na faca que se encontrava junto de si, visto estarem numa cozinha, e atirou-lha, virando costas sem nunca saber que a faca lhe tivera feito um corte num dos dedos da mão direita, algo pouco grave mas Beatriz, ainda hoje, mantinha a cicatriz.
Beatriz descobrira que estava grávida um mês depois e soube, evidentemente, de quem era a criança.

Com sacrifícios atrás de sacrifícios e chantagem atrás de chantagem conseguiu manter o emprego, afinal a culpa era do patrão. Depois de ter o Ryan foi obrigada a voltar à sua forma rapidamente, e subir aos palcos novamente, desta vez com toda a garra possível e usando a raiva que sentia para demonstrar a todos que era alguém naquela vida de stripper. Com o corpo que possuía ninguém diria que tivera sido mãe há, relativamente, pouco tempo.
Depois de se ter tornado na estrela máxima do Magnólia, dinheiro foi coisa que não lhe faltou, e não só. Charles pagava a Beatriz para ela não dizer a ninguém, fora do clube principalmente, que o filho era dele. Para qualquer sentido, aquele filho nunca seria dele. Nem mesmo dentro de 80 anos, Charles sempre disse que Ryan nunca seria do seu sangue.


[/flashback]


- Ele portou-se muito mal? – Beatriz sentou-se na sala do seu apartamento à conversa com a sua melhor amiga e colega de casa, Sofia.
- Não. – Sofia respondeu com um sorriso – O puto é um querido.
- Não sai ao pai de certeza. – ela suspirou descalçando-se e pondo os pés sobre a mesa em frente.
- Vens desanimada… que se passou? Não te calhou o tal gajo todo bom dos Tokio Hotel? – gozou, afinal sabia de tudo aquilo que se passava na vida da amiga.
- Calhou, mas de nomes trocados! – refilou ainda martirizando-se pelo que tivera feito. Não devia mesmo ser nada agradável ouvir o nome de outra pessoa ser pronunciado quando estamos a meio de sexo, não é?
- Han?! – Sofia não percebeu.
- Chamei-lhe Georg e era o Tom. – pôs os braços sobre os olhos e respirou fundo – O gajo nunca mais me vai querer ver à frente! – desta vez olhou-a.
- Pois, não deve ser fácil… - tinha um sorriso de gozo na cara.
- Não gozes, pá! – deu-lhe um empurrão que a fez mexer no sofá.
- Eu não estou a gozar. – sublinhou, agora, com um ar sério mas descascando-se a rir no minuto seguinte. – Mas e ele?
- Ele respondeu-me com um virar de costas.
- E não te disse que podia voltar a ir ter contigo?
- Eu tentei outra vez e ele disse-me “Talvez numa próxima” ou algo assim parecido.
- Então! Isso quer dizer que nada está perdido. Mas… tu e ele, ele e tu?
- Que é que estás a insinuar? – perguntou.
- Nada, só estás é muito preocupada em não voltar a vê-lo. - disse.
- Oh, o rapaz é todo giro e todo bom e todo convencido e não sei quê…
- O teu tipo de rapaz está visto! – riu-se.
- Sim! – Beatriz riu com ela.


(…)


Bill tinha adormecido todo torto no sofá, e quando acordou cheio de dores, o irmão passava por si.
- Bom dia, óh. – disse-lhe.
- Bom dia. – Tom respondeu sentando-se ao lado dele.
- Vais-me contar o que se passou para chegares a casa naquele humor? – perguntou estalando o pescoço. Tinha que fazer uma nota mental para não se voltar a deitar no sofá à espera de Tom, dava mau resultado.
Tom simplesmente o olhou e Bill teve um clique.
- Não me digas que a gaja não te quis! – riu.
- Pior.
- Han?! Pior? Quê mandou-te embora?!
- Não, eu é que me vim embora! – disse. – Mas não quero falar disso. – levantou-se e dirigiu-se à cozinha, mas como já se esperava Bill seguiu-o.
- Convinha falares…
Tom virou-se repentinamente para ele e deitou tudo cá para fora. Todos os sentimentos que o invadiram quando ela lhe trocou de nome, tudo aquilo que sentiu quando a deixou e as hipóteses que ainda vagueavam na sua cabeça, mas que, por qualquer motivo, não encaixavam como desculpa.
- Wow. Ela trocou-te? – limitou-se a perguntar vendo o irmão sentar-se.
- Sim. – murmurou.
- O teu ego deve estar bonito, porque é que não voltas lá e tentas que ela te dê uma segunda oportunidade?
- Bill, eu não quero mais nada para além de sexo!
- Eu também não estava a referir-me a mais nada além de sexo, – imitou a voz dele. – mas sim dares uma oportunidade ao corpo dela, não é disso que estás à dois dias a falar? – disse.
- Tens razão. – sorriu para si mesmo, não ia ser aquela troca de nomes que o ia fazer desistir de um mulherão daqueles. Fosse pelo que fosse ia voltar a estar com ela. – Já estou lá batido. – Bill riu-se. – Que foi?
- Pergunto-me o que é que era Tom Kaulitz sem sexo!
- Era Bill Kaulitz. – riu-se.
- Parvo! – Bill atirou-lhe uma almofada e Tom esquivou-se.
- Falhaste! – riu.
- Anda cá! – foi de almofadas em punho a correr atrás do irmão até ao jardim.
- Manda! Manda e suja as almofadas! – Tom gozou.
- Depois vão para lavar… - aproximou-se dele - … não há crise! – atirou uma, duas, três e Tom desviou-se de todas. Apanhou uma e atirou-lha.
- Toma! – acertou. – Em cheio na fronha! – desmanchou-se a rir.
- Não perdes pela demora. – Bill sussurrou para ele mesmo e sem Tom dar conta, saltou-lhe para cima, tipo moche.
- Ah! Lingrinhas dum raio! – queixou-se.

1 comentário:

  1. :O Tem um menino *-*
    « o tal gajo todo bom dos Tokio Hotel », gosto disso 6767
    :P

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