Tom sentara-se no estúdio, à mesa com toda a banda e os produtores. O álbum tinha sido lançado, a Tour estava a ser planeada, as datas dos concertos estavam marcadas por toda a Europa e o palco estava montado em Londres. Segundo o que David lhe tivera dito, hoje acordariam tudo e dentro de dois ou três dias voariam até Londres para, aí, poderem experimentar o palco e as roupas que usariam pela Europa. O espectáculo começaria.
- Tom? – David chamava-o pela segunda vez ao não ouvir ou ver qualquer relação por parte do de tranças. – Tom?! – nada. Tom estava completamente noutra. Num universo diferente daquele, talvez ainda perdido no quarto de Beatriz, talvez ainda perdido no seu corpo, nas suas fantasias.
- Tom! – Bill abanou-o e Tom despertou para a realidade.
- Han? – virou-se – Estás irrequieto hoje! – queixou-se.
- O teu irmão é hiperactivo já devias saber! – disse Georg e eles riram.
- Se não fosse a minha hiperactividade vocês não se riam tanto! – Bill deitou-lhe a língua de fora.
- Tem razão, tem razão. – era Gustav que acenava afirmativamente com a cabeça e os olhos ligeiramente fechados como inteirando-se da realidade da afirmação com que concordava.
- Bem, - era David – agora que já estão todos a ouvir-me… - olhou Tom fixamente, e este riu-se. Sim, tinha-se apercebido que estava num mundo totalmente à parte. - … partem dia 3 para Londres. Irão estar lá o tempo que acharem necessário, mas convinha não ser muito, para ainda terem umas feriazitas antes da grande Tour. – explicou.
Bill sorriu em conjunto com Tom. Estavam desejosos de voltar a subir ao palco e isso era totalmente visível!
- Espera aí. – era Tom – Dia 3 é depois de amanhã… - associou - … isso quer dizer que só temos dois dias aqui. – na sua cabeça uma lâmpada se acendeu. Estaria assim tão preocupado com isso? Bem, isso queria dizer que antes de ir embora, Beatriz teria que se despedir de si.
- Sim e que tem? – perguntou Gustav. – Não me digas que ainda é o Magnólia? – gozou. Tom descaiu o queixo. Pois era mesmo isso, o Magnólia. Quer dizer, o Magnólia como quem diz, era a flor do clube não o próprio clube. Estava a começar a ficar parvo com os pensamentos que lhe atravessavam o cérebro a 80 Km/h.
- Parece que é! – riu Georg. Bill ia rir, mas os pensamentos de Tom estavam suspensos no seu próprio cérebro. Tom não estava preocupado com algo simples. Era qualquer coisa mais complicada, e pelo olhar que o irmão dirigia a si tinha qualquer coisa a ver com a rapariga do clube.
- Façam o que quiserem, mas dia 3 já sabem o que fazer. – acrescentou David.
(…)
Bill atirou-se para o sofá e viu o irmão fazer o mesmo.
- Vai ser tão bom! – sorriu. Estava feliz por começar, depois de tanto tempo longe da ribalta, uma nova Tour. Voltar a ver os fãs e sentir aquela energia que só os fãs dos Tokio Hotel conseguiam transmitir, aquecia-lhe o coração.
- Sim. – Tom tinha também um sorriso na cara, mas por trás disso tinha um peso diferente no estômago. Estaria a ter uma paragem de digestão?
- Conta. – pediu Bill – Que cara é essa?
- Sexo. – riu-se.
- Han? – Bill riu-se mas não percebeu. – Sexo? – repetiu.
- Ya, lá se vai a boa da Beatriz durante semanas! – queixou-se.
- A boa da Beatriz… - tentava juntar peças. – Ah! – Tom podia jurar que tinha visto uma lâmpada acender-se no topo da cabeça do irmão mais novo. – A miúda do clube chama-se Beatriz? – disse.
- Ya.
- Mas eu pensei que era Hannah… ou pelo menos era assim que o Georg a tinha tratado! – estaria a ficar chéché e a confundir tudo?
- Hannah é o nome pelo qual ela é conhecida. – explicou muito ciente do assunto. – Beatriz é… é qualquer coisa de extraordinário! – disse deitando a cabeça para trás exibindo o mesmo sorriso com que chegara a casa na manhã anterior.
- Estou confuso. – Bill pensou alto – Então tu conheceste a Hannah mas agora “andas” – fez aspas com os dedos – com a Beatriz. – disse.
- Nem mais meu irmão. E man só de pensar nela e naquilo que fizemos… ui qualquer coisa se levanta em mim! – riu-se.
- Não sejas porco! – deu-lhe um murro no ombro.
- Eu não sou porco. – disse olhando-o – Sou uma pessoa altamente social! – corrigiu. – Tá?
- Tá. – Bill encolheu os ombros. – Mas então e que cara era aquela quando o David falou de dia 3 e de Londres?
- Vou estar tempo indefinido sem ela. – disse simplesmente.
- Arranjas outras isso é certo! – riu-se e levantou-se, pretendendo dirigir-se à cozinha beber qualquer coisa fresca.
- Ninguém é melhor que ela. – sussurrou assim que Bill saiu.
Dirigiu-se à cozinha.
- Logo não contes comigo para jantar. – avisou dirigindo-se ao quarto. Bill respondeu-lhe um “Ok” e nem se importou em perguntar porquê, tinha uma ideia do que podia ser.
Tom entrou o duche e encostou-se à parede fria, sentindo apenas as gotas de água fervente escorrerem-lhe pelo corpo. Elevou os pensamentos ao expoente máximo e libertou-os numa corrente de adrenalina apenas por aquilo que podia acontecer naquela noite. Tinha um dia e duas noites até sair de Berlim. Tinha um dia e duas noites para levar as saudades do corpo de Beatriz mortas. Tinha consciência que, depois de a ter experienciado, ninguém era melhor que ela. A maneira como conduzia o corpo sobre o dele trocava-lhe as voltas e a confiança que tinha ao pôr um pé à frente do outro, por qualquer motivo que Tom não sabia, eleva-lhe o ego.
Planeava ir ter com ela ao clube. Planeava jantar com ela e planeava tê-la como sobremesa. Não era bem género de Tom Kaulitz levar alguém a jantar fora mas havia sempre uma primeira vez para tudo. Ao que parecia, e se eu não estou enganada, Tom teria muitas primeiras vezes para quebrar com Beatriz.
(...)
Tinha chegado ao clube por volta das 16 horas. Apesar do “alto” estatuto Beatriz ajudava na limpeza e na reposição de bebidas no bar. Ajudava na arrumação dos quartos usados para o “trabalho” e planeava estar sempre dentro dos assuntos. Tinha um acordo feito com Charles. “Eles não sabem que o filho é teu e eu faço o que quiser e bem me apetecer dentro deste clube!” Por muito que ele não quisesse, fora a obrigado a tal coisa. Podia dizer que Beatriz seria, talvez, como uma segunda empresária daquela espelunca. O problema é que não via o fim àquela vida muito próximo.
Sentou-se num dos sofás a beber uma Coca-Cola e a ver televisão. Àquela hora (praticamente hora de jantar), o bar ainda se mantinha fechado e como tal a movimentação era nula.
- Estamos fechados. – ouviu umas das raparigas, talvez até sua amiga, dizer a alguém que se encontrava à porta do clube. Ela voltou-se. Voltou-se e viu-o. Lá estava ele nas suas roupas largas, com as tranças negras e aquele piercing que fazia maravilhas. Mas… o que é que o Tom estava ali a fazer? Perguntou-se.
- Deixa-o entrar. – disse com um sorriso à rapariga que se afastou.
- Estava a ver que ia jantar sozinho. – riu-se chegando ao pé dela.
- Jantar? – perguntou.
- Sim. Que tal vires jantar comigo? – fez o convite.
- Jantar contigo? – perguntou novamente.
- Se repetires tudo o que eu disser esta conversa vai levar o dobro do tempo. – riu-se.
- Ok, então e eu posso ir assim ou não convém? – perguntou olhando a própria figura. Envergava os calções e uma t-shirt justa ao corpo.
- Se calhar era melhor vestires outra coisa, sim. – riu-se dela, mas ainda assim não podia dizer que aquelas roupas lhe ficavam mal, antes pelo contrário! No entanto, o restaurante onde iam talvez requisitasse outra coisa.
- Ok. Então tenho que ir a casa. – sorriu-lhe. Tom não pôs entraves e seguiu-a.
Não foram precisos mais de 10 minutos para que Beatriz saísse do quarto deslumbrante. Um vestido negro, sem alças e acima do joelho faziam sobressair todos os seus atributos físicos. A maquilhagem prateada dava uma sensação ainda maior de profundidade ao seu olhar escuro e uns sapatos, também eles cor de prata, que lhe conferiam mais 10 centímetros de altura ao corpo, eram a cereja no topo do bolo, já para não falar no comprido cabelo ruivo escorrido pelas suas costas.
- Wow. – Tom descaiu o queixo. Sejamos sinceros, se há coisa que o Tom mais faça nesta história é descair o queixo perante Beatriz, mas ao menos é por uma boa causa. – Fizeste isso tudo em… - olhou o relógio - … 10 minutos? Deves ser alguma super heroína com certeza! – ela riu-se.
- O hábito tem destas coisas! – estava habituada a trocar-se rapidamente para poder entrar em palco às horas certas e, às vezes, mais que uma vez. Tom aproximou-se dela e agarrou-a pela cintura, depositando nos seus lábios um beijo intenso e selvagem.
- Vamos? – perguntou ao quebrar o beijo e olhar fundo os olhos dela. Tinha a sensação que naquela noite aqueles olhos o iam engolir várias vezes.
Eu fico com tanta inveja ;_; Queria ser eu a estar ali xD
ResponderEliminarParabéns !
[Ah, e eu sei que me descuidei com a leitura disto e que agora tenho muito que ler x) ]