terça-feira, 13 de julho de 2010

[7]


Tom entrou em casa com um sorriso estúpido na cara, estava feliz. Estava verdadeiramente realizado. Tinha saído a ganhar de uma noite louca e, sem dúvida alguma uma das melhores noites de sempre, isto se não for a melhor mesmo.
Descalçou-se e sentou-se no sofá, pendendo a cabeça para trás. Deixou o seu corpo relaxar daquilo que tinha vivido à escassas horas atrás, duas vezes seguidas. Ou era dela ou então não sabia. Cada vez que se encontrava sexualmente com Beatriz, (ou Hannah, no entanto a parte Beatriz, por incrível que parecesse, tivera-lhe despertado outras coisas), o seu corpo despertava para uma realidade paralela àquela que vivera durante 20 anos seguidos. Sentia-se arrebatado, completamente esmifrado mas ainda assim tinha sempre mais forças para continuar a beber do corpo dela com uma sede exuberante. Talvez, até ali, não fizesse sentido encontrar alguém num clube de strip marado com nome de uma flor macabra mas, não estaria ele destinado a viver uma experiência destas à bastante tempo? Talvez sim, talvez aquela flor lhe desse respostas. Mas façamos uma pausa. É impressão minha ou Tom Kaulitz estava preocupado com o futuro em relação àquilo que começava a viver com Beatriz? Estará a narradora a ficar parva? Talvez não, talvez esteja mesmo na hora do famoso ‘Sex-Gott’ se deixar guiar por uma linha negra cosida em si e não pelo livre arbítrio que toda a vida possuiu. A única coisa que agora queria possuir era Beatriz e nada mais. Estava rendido a ela e àquela essência. Iria deixar andar e, talvez uma vez na vida, o coração lhe desse respostas (isto se realmente se pudesse guiar pelo coração, e Tom não estava muito a favor disso).
Praticamente adormeceu em pensamentos mas despertou sentindo, ao longe, talvez na sua mente, dois pés arrastarem-se.
Não, não era da sua mente, Bill Kaulitz tivera entrado na divisão.

- Dormiste fora, sorriso estúpido? – perguntou Bill atirando-se para outro sofá.
- Dormi sim, sorriso parvo. – respondeu.
- Uh, dormiste com a gaja do clube? – perguntou interessado, a vida sexual do irmão, de facto, fascinava-o.
- Yup. – limitou-se a responder. Pegou nos ténis e dirigiu o corpo até ao seu quarto. Bill deixou-o ir sem fazer perguntas, quando lhe apetecesse apostava consigo mesmo que Tom lhe contaria.


*

Beatriz estava exactamente no mesmo estado de estupidez que Tom adquirira. Que raio tinha aquele puto para trocar as suas hormonas daquela maneira? Que porcaria tinha ele que fazia o seu sangue correr mais rapidamente pelas suas veias quando a única coisa que procurava nele era adrenalina?
Podia ficar emersa nestas perguntas para sempre porque sabia que nunca se iria responder. Não era ela que tinha as respostas, mas sim ele. Destapou o corpo nu e dirigiu-se ao duche. Precisava urgentemente de se lavar, lavar a alma e dizer ao coração que parasse quieto, afinal o simples pensamento da noite anterior o fazia acelerar.


[Flashback]


Sentiu-se gritar pela segunda vez na noite. Sentiu o seu corpo ceder pela segunda vez naquela cama. Deixou o corpo cair sobre o dela e descansou a cabeça no seu peito suado e arfante, controlando também a sua respiração. Sorriu contra um dos seios de Beatriz e isso fê-la despertar numa gargalhada contagiante e sensual, talvez por cócegas. Aquela rapariga, uma simples rapariga dum bar de strip tivera despertado a sua atenção das maneiras mais estranhas. Estava dependente do seu corpo e era apenas a terceira vez que se encontrava na mesma superfície que ela. Levantou a cabeça e depositou um beijo sobre os lábios húmidos de Beatriz. Dirigiu-se à casa de banho, não sabendo se planeando trocar de preservativo, se deitar aquele fora e não colocar outro, a noite estava a matá-lo.

Beatriz deixou-se chegar ao clímax pela terceira vez. “Abençoados orgasmos múltiplos!” pensou. Seria possível que cada vez que tinha o corpo de Tom sobre o seu uma nova onda a invadia? Uma nova onda de sentimentos desconhecidos se apoderava de si, podia jurar que nunca houvera experimentado tal coisa antes daquele ser aparecer na sua vida de raspão. Viu-o dirigir-se à casa de banho e vestiu umas cuecas, deitando-se por baixo dos lençóis brancos da cama. Não sabia porque o queria, mas tinha esperança que Tom se deitasse com ela e passasse a noite ali, simplesmente ao pé de si.
Tom aproximou-se dela e vestiu os boxers sentando-se na cama, olhando a figura esguia de Beatriz. Conseguia distinguir as suas curvas delineadas pelos lençóis que tinha sobre o corpo.

- Vais ficar? – perguntou Beatriz.
- Não sei… foste tu que da primeira vez me deixaste a ver navios. – relembrou a frase que ela proferira deixando-o sozinho no quarto. “Querias que ficasse para dormir contigo era?”
- Faço a pergunta por mim… - deu tempo para que o vazio se instalasse e sentou-se na cama segurando o lençol sobre o peito com uma mão. - … não pela Hannah. – ela acrescentou e Tom engoliu em seco. Se aquela com quem tinha estado no momento era a Beatriz, seria sem dúvida 30 vezes melhor que a Hannah. Sorriu e fitou o tecto, não era costume dormir com as acompanhantes, e como estava em casa dela provavelmente o melhor a fazer era vestir-se e pisgar-se dali para fora. No entanto, uma força maior, uma força interior e que realmente o fazia sentir diferente dizia-lhe que ficasse. Quem sabe se de manhã não teria uma nova surpresa?
Entrou na cama e deitou-se com um braço atrás da cabeça e outro sobre o próprio peito. Fitou um canto do quarto e seguidamente olhou Beatriz que, pelo olhar dela, se mantinha concentrada nele como se não existisse mais nada naquele espaço fechado.
- Eu fico. – sorriu-lhe vendo, nos lábios dela, um ligeiro esgar. Não era muito bom a interpretar sentimentos, aliás era péssimo, mas poderia realmente dizer, talvez por sentir, que Beatriz estava feliz. Deixou-se embalar pela essência dela e pelas mãos que passavam sobre o seu peito desnudado, na tentativa de o adormecerem. Foram bastante bem sucedidas, pois pouco tempo depois Tom tivera adormecido.

Beatriz sorriu quando o sentiu adormecer, estava com todas as certezas a enlouquecer e o problema não estava na loucura mas sim nela. Seria normal estar a deixar-se levar por um lindo sorriso e um corpo de modelo?


[/flashback]


Saiu do banho ao ouvir um berro dado por Ryan. “Mãããe!”. Dirigiu-se no robe até à sala onde Sofia e Ryan estavam sentados.
- Mãe! – ele correu até ela e Beatriz elevou-o nos braços deixando o seu pescoço ser envolvido pelos pequenos braços da criança.
- Que se passa? – perguntou.
- Não quero ir para a escola! – refilou olhando o mãe. Beatriz riu-se, era sempre a mesma birra todas as manhãs. Levantava-o, dava-lhe o pequeno-almoço e, depois disso, Ryan agarrava-se a ela a dizer que não queria ir para a escola. Hoje fora Sofia que fizera tudo isso, mas a birra estava lá. No entanto, era inevitável, ele acabaria por ir.
- Porquê? – perguntou pousando-o no chão, Ryan sentou-se de pernas cruzadas à chinês sobre o tapete. Sofia olhava a situação, era fascinante a maneira como a teimosia de Beatriz se reflectia no pequeno. Quando ambos metiam uma coisa na cabeça só, talvez, o outro conseguia dissuadi-lo.
- Porque não! – cruzou os braços.
- Ryan, - impôs-se – eu vou-me vestir e a seguir vou-te levar à escola. Sem birras! – disse-lhe. Ele encolheu os ombros e desviou o olhar. Beatriz suspirou e dirigiu-se ao quarto, envergando uma t-shirt e umas calças e ganga, podendo assim levar Ryan à escola.

1 comentário:

  1. « um lindo sorriso e um corpo de modelo » *w*
    isto é tudo tão fofinho :3

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